Imagens de câmera de segurança mostram o exato momento em que um policial militar matou o colega de farda durante uma discussão, na noite desta quinta-feira (4), em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba. No vídeo, é possível observar a viatura parando, dois policiais saindo do carro e dando início às agressões. Um terceiro policial também se junta a eles. Na sequência, a briga continua e um dos PMs cai no chão. (assista abaixo)
O crime aconteceu na Rua Santa Mariana, na Vila Delurdes, pouco antes das 22 horas. O Coronel Hudson da Polícia Militar (PM) disse que a discussão, segundo o terceiro policial que estava na viatura, se iniciou por causa da maneira como o policial dirigia. “A equipe trabalhava em normalidade, se deslocava para uma ocorrência, houve um desentendimento por parte do policial motorista e do policial que estava atrás do motorista. Esse que estava atrás teria chamado atenção do motorista em uma situação de deslocamento e da condução da viatura”, contou o coronel.
Durante a discussão, o motorista estacionou a viatura e partiu para cima do outro policial, que estava no banco de trás. “Houve um desentendimento por conta disso, o motorista desembarcou da viatura e agrediu o policial que estava no banco de trás, com tapas e socos. Esse policial, de pronto, efetuou um disparo contra o rosto do motorista, que morreu ali mesmo”, completou o coronel Hudson.
“Tragédia anunciada”
O presidente da Associação de Praças do Paraná (APRA), Orélio Fontana Neto, disse em entrevista à Banda B que a situação expõe algo que já tinha sido cobrado pela associação. “Infelizmente não é um caso isolado. É uma tragédia anunciada. É toda uma gama de situações que ocorre no cotidiano do estresse policial e que não tem suporte. Nós mesmos fizemos há dois anos uma reclamação no Ministério Público sobre a questão do amparo psicológico, o qual é inexistente hoje dentro das unidades”, revelou Neto.
Outra cobrança é sobre a carga horário dos policiais militares. “Pedimos incessantemente aos comandantes e à parafernália toda do Estado referente à regulamentação da carga horária para que o policial tenha um período de descanso. Infelizmente nós não temos e hoje o policial trabalha de 50 a 60 horas semanais”, explicou.
O presidente da associação ainda lamentou a morte do soldado Tadeu. O autor, o soldado Elias, teria mostrado arrependimento logo depois de atirar no colega de farda.
O soldado Tadeu estava há 13 anos na Polícia Militar (PM), enquanto Elias fazia parte da corporação há 9 anos. Ele segue preso e foi submetido a um Inquérito Policial Militar. Ele irá responder por homicídio.
Fonte: Banda B