Representantes da Itaipu Binacional e do Conselho dos Municípios Lindeiros fizeram, nesta terça-feira (2), no Ecomuseu, em Foz do Iguaçu (PR), o primeiro encontro de 2021. Participaram diretores da empresa, 14 prefeitos e dois vices, novos ou reeleitos, das 16 cidades lindeiras ao reservatório. Durante a reunião foram apresentadas as principais demandas da região e a possibilidade de ampliar as parceiras e investimentos da binacional. Um novo encontro deve acontecer até o fim deste mês para debater com maior profundidade os futuros acordos.
“Foi um primeiro encontro, de alinhamento”, afirmou o anfitrião, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna. “Foi uma oportunidade para nos conhecermos e nos aproximarmos. Pudemos identificar as demandas mais imediatas e marcar a próxima reunião de trabalho. O objetivo do encontro foi alcançado.”
Segundo ele, os municípios estão alinhados em relação às demandas, muitas delas com possibilidade de impacto para toda a região. “O trabalho integrado é fundamental para o desenvolvimento. Temos que trabalhar juntos, unir esforços. Esse sentimento de cooperativismo faz com que a gente chegue a resultados melhores”, concluiu Silva e Luna.
Na pauta estava as demandas pontuais de cada cidade e questões mais amplas, de maio abrangência. “Estamos buscando parcerias com a Itaipu e com o governo do Estado para revitalizar nossas rodovias locais, para que elas ofereçam melhores condições para escoar a produção agrícola e atrair o turismo”, pontuou o prefeito de Pato Bragado e presidente do Conselho dos Municípios Lindeiros, Leomar Rohden.
Rohden lembra que Itaipu já é uma grande parceira da região – todos os 16 municípios lindeiros têm uma série de convênios com a binacional, além de receberem royalties. A intenção, agora, é ampliar essas parcerias, por meio de ações estruturantes que mudem a realidade da região, como a criação de um hospital regional, a construção de uma ciclovia que ligue Foz do Iguaçu a Guaíra, para ampliar o turismo local, entre outras.
Segundo a prefeita de Itaipulândia, Cleide Inês Griebeler Prates, é preciso aliar a vocação turística da região com a principal atividade econômica: a produção agropecuária. “Acreditamos que os produtores podem se tornar empreendedores, produzindo alimentos orgânicos para vender em feiras e recebendo turistas em suas propriedades.”
Itaipulândia é conhecida como a “Capital da Fé” do Paraná. A estátua de Nossa Senhora da Aparecida é um grande atrativo para o turismo religioso. A cidade também tem a prainha de Jacutinga e um parque aquático. “Queremos ampliar o turismo rural, e o apoio da Itaipu, com a melhoria das estradas e os convênios em tecnologia com o Parque Tecnológico, é fundamental para isso dar certo.”
O prefeito de Mundo Novo (MS), Valdomiro Brischiliari, agradeceu o apoio constante da Itaipu à região, mas, segundo ele, há novas necessidades que podem ser contempladas com investimentos da binacional. No caso do município sul-mato-grossense, a demanda é por melhorias na prainha do Cascalho, que atrai turistas e é um ponto de encontro da comunidade local. “Temos tudo para ser uma cidade turística, temos a ponte [Ayrton Senna] e estamos próximos de Salto del Guairá (PY). Só precisamos de mais este apoio”, resumiu.
Obras estruturantes
Desde que assumiu a diretoria da Itaipu, o general Joaquim Silva e Luna fez um planejamento de quatro anos que tem sido cumprido à risca. “Reunimos a empresa, avaliamos como estavam sendo utilizados os recursos e passamos a priorizar atividades que tivessem aderência à missão”, comentou.
Em alinhamento e parcerias com os governos federal e estadual, esta nova forma de pensar permitiu o investimento em obras estruturantes e que deixam legado não só regional, mas também para o Brasil e o Paraguai.
Entre as grandes obras, destacam-se a Ponte da Integração Brasil-Paraguai e a Perimetral Leste, que vai ligar a ponte à BR-277, além da ampliação do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, do aeroporto de Foz do Iguaçu e a construção do Mercado Municipal de Foz, entre várias utras. No total, os aportes financeiros – que incluem também melhorias na infraestrutura da transmissão de energia – são da ordem de R$ 2,4 bilhões e permitiram a criação de mais de 2,5 mil empregos.
Assessoria