O governador Carlos Massa Ratinho Junior se reuniu nesta terça-feira (8) com o governador da província de Tucumán, no Norte da Argentina, Juan Luiz Manzur, para tratar do projeto do corredor bioceânico, unindo o Atlântico ao Pacífico. A ligação de 2,5 mil quilômetros integra Brasil, Argentina, Paraguai e Chile, facilitando as exportações do Cone Sul para os países asiáticos pelo Oceano Pacífico.
“A Argentina é um país-irmão do Brasil e nós temos orgulho de fazer fronteira com a Argentina. Criamos laços de amizades, comerciais e de turismo e, além disso, cooperação na infraestrutura, que é tão importante para esses dois países”, afirmou Ratinho Junior. “Tucumán também é um grande produtor de alimentos e terá uma melhora considerável nessa logística regional”.
Para o governador, a reunião representou um avanço nas negociações entre os dois países. O encontro aconteceu apenas três semanas depois da visita do embaixador extraordinário e plenipotenciário da Argentina no Brasil, Daniel Osvaldo Scioli, no qual foram discutidas possibilidades de rotas e ramais que ligarão os quatro países.
“Isto é um sonho, poderia ser um novo Canal do Panamá. Unir o Atlântico e o Pacífico gera muitos benefícios para toda a região, mas fundamentalmente ao norte argentino. Historicamente sofremos muito com relação a obras de infraestrutura, portanto, uma obra desta magnitude certamente irá nos ajudar com a logística de consumo dos nossos produtos”, salientou Manzur.
O governador da província de Tucumán, que é também presidente da Zicosur (Zona de Integração do Centro-Oeste da América do Sul), confirmou que a Argentina tem a decisão política de avançar no projeto e que atuará junto aos outros governadores do norte do país vizinho para que haja um alinhamento.
Manzur disse ainda que o presidente da Argentina, Alberto Fernández, apoiará o projeto. “Isto está na nossa discussão política. Não tenho dúvidas de que o presidente Alberto Fernández vai apoiar a obra”, concluiu.
CORREDOR
O corredor bioceânico é uma importante rota comercial multimodal que deve unir o Porto de Paranaguá ao Porto de Antofagasta, no Chile. O projeto já foi apresentado ao presidente Jair Bolsonaro e ao presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez. Grupos técnicos dos dois países foram criados e estão em constante diálogo para definir a melhor formatação para a proposta.
“O projeto traz benefícios incalculáveis a todos os envolvidos. A gente espera que possa avançar no projeto para os nossos portos poderem ter uma logística cada vez mais eficiente e, claro, poder entregar para o mundo aquilo que nós produzimos de uma maneira mais rápida, eficiente e mais barata”, enfatizou Ratinho Junior.
Para o Coordenador do Plano Estadual Rodoviário, Luiz Henrique Fagundes, a reunião representa mais um passo em direção ao progresso do projeto. “Foi uma reunião crucial. O corredor bioceânico, tecnicamente e economicamente, é bastante viável. O que precisa ser alinhado neste momento é a questão tributária que envolve os quatro países. Discutir a questão alfandegária é a prioridade e só será resolvida com ação política. Havendo elemento político entre os países, a questão tributária se resolve e aí a engenharia entra”, explicou.
ORGANIZAÇÃO
A reunião foi organizada pelo Setor de Relações Internacionais do Governo do o Paraná e aconteceu no Palácio Iguaçu. Além dos governadores estiveram no encontro o vice-governador Darci Piana; o secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o diretor-geral do DER-PR, Fernando Furiatti; o cônsul geral da Argentina, Pedro Ezequiel Marotta; o presidente da Entidade de Turismo de Tucumán, Sebastán Giobellina; a secretária de Imprensa e Comunicação do Governo de Tucumán, Mariana Lucenti; e a primeira-dama de Tucumán, Sandra Mattar de Manzur.
Fonte: AEN