Em Porto Alegre (RS), um homem identificado como João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado por seguranças de um supermercado, no bairro Passo d’Areia, na zona norte da cidade, na frente do estabelecimento. De acordo com informações de testemunhas, a vítima teria discutido com os agressores, que foram presos em flagrante.
Um dos detidos é policial militar – ele prestava serviço no local e foi levado a um presídio da corporação. O outro é segurança do supermercado e está em uma unidade da Polícia Civil. Eles foram autuados por homicídio qualificado.
Segundo a Brigada Militar, a confusão teria iniciado no caixa do supermercado, envolvendo a vítima e uma funcionária. O homem teria ameaçado agredir a mulher, que chamou os seguranças. As informações são do portal GZH.
Os dois funcionários teriam posto João Alberto Silveira Freitas para fora da loja. A partir de então, as versões do fato são divergentes.
Segundo afirma a Brigada Militar, a vítima passou a brigar com os seguranças por não aceitar ser retirada do local. Testemunhas que estavam no supermercado relatam que o homem foi seguido pelos dois seguranças dentro do estabelecimento e agredido na saída. Imagens gravadas comprovam que João Alberto foi brutalmente espancado e morto na frente do supermercado.
A reportagem de GZH recebeu vídeos que mostram duas cenas do confronto. Em uma delas, os dois seguranças, brancos, derrubam o homem, negro, e um deles dá vários socos na cabeça da vítima. Em outro vídeo, os dois agressores imobilizam João Alberto, já ensanguentado, no chão, enquanto uma funcionária tenta evitar a gravação das cenas, afirmando que ele havia batido em uma fiscal.
Veja um dos vídeos:
https://twitter.com/i/status/1329616703844651013
O delegado Leandro Bodoia, responsável pela apuração, pontuou que vai ouvir todos envolvidos e testemunhas e analisar as imagens das câmeras de seguranças.
“No momento, ainda não podemos determinar o que de fato ocorreu. Não encontramos nenhum armamento no local. Agora, vamos ouvir todos os envolvidos e ver o que está nas câmeras, para saber o que exatamente aconteceu”, ressaltou o investigador.
Por meio de nota, o supermercado lamentou a situação e disse que vai romper o contrato com a empresa que responde pelos seguranças autores da agressão.
Veja o comunicado na íntegra:
“O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.
O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente.
Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como esta aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.”
Fonte: Metrópoles/GZH