Imagens chocantes foram registradas em Puerto Iguazú, cidade argentina que faz fronteira com Foz do Iguaçu. Moradores foram flagrados desenterrando caixas de músculo de frango para comer. A carne foi descartadas pela prefeitura da cidade após apreensão. A mercadoria foi apreendida por não ter nota fiscal e estarem em condições de armazenamento precárias.
“A fome golpeia forte as famílias mais necesstidas em Iguazú” ressalta a reportagem do Portal La Voz das Cataratas, que publicou o registro. “As imagens lastimam, produzem indignação, tristeza, ver tantas crianças e mulheres cavando o buraco onde foram enterrados os francos confiscados pela prefeitura para levarem para casa e preparar a comida” diz a reportagem.
Segundo o jornal, o operativo realizado pela prefeitura de Iguazú aconteceu no fim de semana no Bairro Altos do Paraná. Foram apreendidas 1200 caixas de músculos de frango, de origem argentina, e entregues a SENASA e na manhã de terça-feira, 17, foram enterradas em um lixão a céu aberto, espaço da prefeitura de cerca de 2 mil hectares.
Enquanto o caminhão realizava o serviço de descarte, moradores da região já aguardavam para pegar o produto. Logo que o caminhão deixou o local, a população desenterrou as caixas e recuperou a carne. O alimento estava em mal estado, por isso não era indicado para alimentação humana, podendo causar intoxicação alimentar.
Pobreza na Argentina
Uma reportagem do jornal El País, a Argentina está acostumada a crises econômicas recorrentes, mas a pandemia de covid-19 agravou a enésima recessão que o país sofre, desta vez desde meados de 2018. O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina caiu 19,1% no segundo trimestre do ano, o maior colapso trimestral desde o início da série estatística em 1981.
Segundo a reportagem, A recessão atual teve um impacto severo sobre a parte inferior da classe média e mais ainda sobre os pobres. O Governo de Alberto Fernández protegeu o emprego formal com leis e subsídios, mas o golpe para quem não tinha contrato foi duro. Numerosos pedreiros, empregadas domésticas, garçons e trabalhadores do comércio, entre outras profissões com elevada proporção de trabalho informal, perderam os seus rendimentos ou os viram reduzidos a um valor abaixo do limiar da pobreza.
De acordo com o El País, o número de pobres cresceu mais de cinco pontos percentuais na primeira metade do ano: de 35,5% para 40,9%. Em 2017, último ano de crescimento da economia argentina, a pobreza era de 25,7%.
Na Argentina, a pandemia também acabou com muitas empresas. Restaurantes, bares, salões de festas e academias baixaram as portas após meses de fechamento obrigatório para evitar a propagação da covid-19. Outros se transformaram em quitandas, lojas de ferragens ou de brinquedos.
O El Pais ressalta que o subsídio que o Governo deu a milhares de empresas contribuiu para que pagassem parte dos salários aos empregados, mas muitos negócios acumulam grandes dívidas com a Receita ou com as empresas que fornecem luz, água e luz, e não sabem como vão saldá-las.
Fonte: La Voz de Cataratas/El País