Autores de um assalto milionário em Caazapá, cidade paraguaia que está a cerca de 300 quilômetros de Ciudad del Este, avisaram a Polícia Nacional duas vezes antes de cometer o crime. Interceptações telefônicas comprovaram que além de avisar, os assaltantes pediram cobertura dos agentes para realizar o crime. Os assaltantes, conhecidos como piratas do asfalto, levaram 1.300 milhões de Guaranis, de uma distribuidora de bebidas no dia 31 de agosto deste ano.
Segundo o Agente Fiscal Marcelo Ramírez, que concedeu entrevista para a Rádio 730 AM, os criminosos ligaram para a polícia dois meses antes do crime avisando que cometeriam o crime. Uma segunda ligação foi feita cinco dias antes do assalto. Na ligação eles confirmavam que já tinham a vítima e os homens contratados para realizar o serviço, necessitavam apenas da cobertura policial para que tudo saísse de acordo com o planejado.
A descoberta foi feita após cruzar chamadas do celular do principal suspeito, um homem identificado como Derlis Benítez Villagra. Ele teria ligado para o subchefe da delegacia (comisaría) de Caazapá, Crispin Brizuela. De acordo com Ramírez, Brizuela confirmou que foi procurado por Villagra, mas disse os policiais não acreditaram que o crime fosse realmente acontecer. Até o momento, o subchefe não é considerado suspeito do crime.
Na sua versão, Brizuela afirmou que os suspeitos do assalto moram próximos a comisaría, cerca de uma quadra. “Eles vieram até a comisaría dizer que realizariam o golpe. Queriam falar com o diretor. São vizinhos do local. A uma quadra da comisaría é a casa onde Derlis Benítez Villagra mora” disse ele.
“Nós não acreditamos que iam fazer isso, jamais a Polícia dará permissão para um crime ou irá se juntar com os bandidos. Nós avisamos o diretor regional e fizemos cobertura de acordo com nossa possibilidade. Ninguém deu permissão para fazer essa barbaridade. Eu faço bem meu trabalho em minha cidade” finalizou. Porém, o contato dos criminosos com a polícia não foi informado ao Ministério Público do Paraguai.
O assalto aconteceu no dia 31 de agosto, quando o comerciante Domingo Cardozo, proprietário da Distribuidora de Bebidas Cardozo, se dirigia, em companhia da esposa, ao banco Villarrica para depositar dinheiro, já que o Banco Nacional de Fomento em Caazapá se encontra fechado devido a pandemia. Ele foi abordado no trajeto e teve todo o dinheiro roubado pelos assaltantes.
Fonte: La Nación