A Covid-19 está assustando o eleitor e pesando na decisão sobre votar ou não no próximo domingo (15 de novembro), quando serão escolhidos os prefeitos e vereadores dos municípios brasileiros. Uma pesquisa realizada pelo Poder Data (https://bit.ly/eleitor_pandemia) mostra que 46% dos entrevistados em todo o país acreditam ser arriscado votar por causa da pandemia. O índice nacional de abstenção das últimas eleições municipais, em 2016, foi de 21%.
Para o cientista político e docente do curso de Relações Internacionais e Integração da UNILA Lucas Mesquita, é possível que isso ocorra. “Algumas pessoas estão receosas de sair de casa e ir a espaços em que possa ter aglomeração. Por mais que toda a estrutura esteja sendo montada para que se reduzam as aglomerações, isso pode ocorrer em alguns lugares”.
Também não se pode perder de vista, lembra o professor, que no Brasil “há um alto índice de não participação” do eleitor. Nas eleições municipais do ano 2000, esse índice foi de 16%, subindo para 19% em 2012 e para 21% em 2016. Em Foz do Iguaçu, a abstenção alcançou 17% nas últimas eleições para escolha de prefeito e vereadores.
No entanto, Mesquita acredita que, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, é preciso fazer um esforço e participar dessas eleições. “É importante que os eleitores participem, que vão às urnas para eleger seu candidato e não deixar apenas para o outro essa decisão”, avalia.
Medidas sanitárias
A Justiça Eleitoral adotou uma série de medidas sanitárias para ajudar o eleitor a exercer o direito ao voto no próximo domingo (15). Os eleitores deverão, obrigatoriamente, usar máscaras nas seções eleitorais e álcool em gel antes e depois da votação. Também deverá ser respeitado o distanciamento mínimo de um metro das demais pessoas nas filas e dos mesários, e é recomendado que o eleitor leve sua própria caneta para assinar o caderno de votação.
A enfermeira Hellen Zarth, ligada ao Serviço de Atenção à Saúde do Trabalhador da UNILA, lembra que o eleitor também pode levar seu próprio álcool em gel e que os cuidados de prevenção da Covid-19 começam na porta de casa. “Os cuidados começam no deslocamento, desde o momento em que o eleitor sai de casa: cuidados no transporte público; na rua, andar mais longe das pessoas; e evitar a aglomeração na chegada ao local de votação. Nesse momento, também é importante o distanciamento entre as pessoas”, destaca.
Hellen ressalta que é preciso que cada um faça a sua parte para garantir que todos possam estar o mais seguro possível neste domingo de eleições. “Votar é um ato de cidadania e é preciso votar de forma responsável, tomando os cuidados para que possa haver uma escolha democrática, inclusive porque estaremos escolhendo pessoas que terão de lidar com a situação de pandemia e nos representar. O TSE se preocupou com o que é possível adequar, e cabe a nós fazermos a nossa parte, seguindo o que foi determinado. É uma questão de cidadania entender que a atitude de cada um reflete na sociedade. Com essa doença a gente entendeu bem isso”, reforça.
Como prevenção nunca é demais, para aumentar ainda mais a segurança sanitária neste dia 15, a enfermeira recomenda ao eleitor levar mais de uma máscara consigo, para ser substituída no caso de eventual contaminação se a máscara cair no chão, por exemplo. Ela também recomenda “segurar a saudade” quando encontrar amigos com os quais não encontra em razão do isolamento social. “Vai dar vontade de conversar, de abraçar, mas é recomendado cumprimentar conhecidos e amigos de maneira cordial, mantendo o distanciamento social”. Ela também recomenda às pessoas se alimentarem e se hidratarem antes de sair de casa porque não será permitido beber ou se alimentar nos locais de votação. “Isso é para que as pessoas não tirem a máscara em momento nenhum.”
Hellen Zarth aconselha que as pessoas que estejam com sintomas respiratórios não compareçam para votação. “Mesmo com sintomas leves: dor de garganta, coriza, tosse. Porque pode não ser Covid-19, mas é um cuidado que é preciso ter.”
Assessoria