O Paraguai concedeu nesta semana pela primeira vez o título de advogada a uma mulher transsexual. A cerimônia aconteceu no Palácio de Justiça, em Assunção, sob comando do presidente da Suprema Corte de Justiça do Paraguai, ministro Alberto Martínez Simón, que tomou o juramento de Fernando Ayala, conhecido como Kimberly.
Simón ressaltou que a Constituição Nacional garante a liberdade às pessoas de criar sua própria identidade. “Não vejo nenhum inconveniente para que a jovem Kimberly Ayala possa fazer o juramento como a primeira advogada trans do Paraguai”, disse o ministro.
“O Artigo 25 da Constituição Nacional é muito claro. Cada pessoa pode manifestar e criar sua identidade da maneira que melhor lhe convém. Sendo assim, uma pessoa pode vir vestida de mulher. Não encontro impedimentos legais para negar o direito de juramento a uma pessoa que tenha concluído sua faculdade”, ressaltou o ministro da Suprema Corte.
Embora tenha cursado os cinco anos de faculdade como mulher trans, o juramento precisou ser feito com nome de nascimento, como consta nos documentos.
“Sempre houve setores conservadores que eram contra e, velado, me negavam um direito fundamental, como é o direito ao trabalho”, disse a advogada Kimberly Ayala.