Com a chegada da pandemia do Covid-19 uma das principais atividades econômicas da cidade de Foz do Iguaçu, a de guia de turismo, se descapitalizou. Cerca de mil trabalhadores buscam alternativas para o sustento de suas famílias, na informalidade ou mudando de profissão. Mas há aqueles que para driblarem a crise e na busca de um recomeço analisaram o cenário e se uniram em uma campanha inédita; a de inovar seus atendimentos pela internet.
Para isso, criaram uma campanha de arrecadação de dinheiro, com parecer independente para o desenvolvimento de um aplicativo, o qual os serviços serão ofertados de maneira online e direta, sem passagem por agências.
Hoje são 952 guias de turismo cadastrados, dentro desta estatística acredita-se que 500 são atuantes, 150 fixos em agências de viagens e 300 MEIS (microempreendedores), todos com as mesmas expectativas de volta ao trabalho.
Chamado de Pax50 – Turismo Guiado Inteligente, o startup, é um projeto de inclusão digital para os guias de turismo. Esta proposta busca uma inovação, para somar-se ao mercado de trabalho da cidade, visando um futuro de cuidados com os protocolos de saúde e segurança. Uma competitividade saudável e pela primeira vez ofertando o serviço de forma direta.
A ideia se consolidou após uma análise do feriado de 7 de setembro, quando Foz do Iguaçu, ainda em plena pandemia, recebeu cerca de sete mil visitantes, na sua maioria turistas da região. O número surpreendeu o setor, que desde março de 2020 não visualizava a entrada de turistas na cidade. Como o perfil foi famílias entendeu-se que as apresentações dos atrativos e suas histórias poderiam já estar nas “mãos”, online, destes primeiros visitantes, pós um período de fechamentos e de obediência de um setor que para ter sua reabertura obedece a rigorosos protocolos.
Já há setores, do próprio turismo, e profissionais de outras áreas apoiando a iniciativa, porém os valores para o projeto ainda não são suficientes. E para gerar emprego, dentro da criação, a ideia é que todo o processo seja realizado com os guias da cidade. Para participarem basta que ofertem suas características e habilidades, como a de tradutores, marketing e tecnologia para a finalização do aplicativo. A campanha visa pagar estes profissionais e seus serviços dentro da proposta.
O projeto tem duas fases: a primeira ensinar a venda online, através de plataforma marketplace, já implantada em fase de cadastramento dos guias (que também teve chamamento pelas redes sociais). E a segunda fase, desenvolver o aplicativo mobile para o atendimento não presencial.
“Foz acessível com tecnologia”, diz o guia Hermerson Polidório que participa da campanha online. Já o guia Almeida ressalta “queremos reagir aos efeitos da pandemia e continuar a fazer o que amamos, que é distribuir sonhos”. “Participe desta dupla inclusão digital, guias de Foz online e o visitante com as informações na palma da mão” destaca o guia Éder Dornelles e a guia Neide Matos finaliza “Faça parte do turismo inclusivo, o futuro já chegou!”.
A campanha já está nas redes sociais e conta com um vídeo de apoio. Nele os guias de turismo falam da vontade de estar de volta. Na plataforma digital a “vaquinha” online tem uma meta de arrecadar R$ 20 mil até o dia 19 de outubro. Para apoiar a campanha os valores variam entre R$ 20 e R$ 3 mil. “A intenção é envolver toda a comunidade neste projeto, que também é novidade para todos nós. O valor total, depois de pronto será de R$ 80 mil. O projeto ainda visa, a médio prazo, inovar a captação de investidores, dando prioridade ao modelo de investimento coletivo”, esclarece a fundadora do projeto, a guia Jacira Almeida.
Assessoria