Autoridades paraguaias, principalmente de Ciudad del Este, e iguaçuenses estão pressionando o Governo do Paraguai para a reabertura da Ponte Internacional da Amizade. Na última semana, o Secretário de Saúde do Paraguai, Julio Mazzoleni, admitiu que já é possível analisar uma reabertura. No entanto, o setor de saúde de Foz teme que esta reabertura sobrecarregue o sistema, podendo levar ao colapso.
A reabertura da Ponte pode aumentar a demanda de atendimentos no sistema de saúde de Foz, tanto com a presença de paraguaios, como com aumento de pessoas infectadas já que o tráfego de pessoas também deve subir. “A Ponte não pode ‘só ser aberta’, de qualquer jeito. Nós precisamos de estratégia, de protocolo sanitário, de tecnologia. É necessário mapear a pandemia do lado paraguaio e do brasileiro”, ponderou o Diretor do Hospital Municipal, Sérgio Fábriz.
Ele ressalta que Foz fez um planejamento para atendimento da população local que está dando certo. “Foz teve um planejamento quanto a estrutura hospitalar, até hoje conseguimos dar conta de todos os pacientes da 9ª regional de saúde, sem necessidade de transferência de pacientes para outros hospitais, a medida que foi aumentando o número de casos, o Hospital e o Município deram respostas significativas com a ampliação de infraestrutura e funcionários” disse.
Porém, ele salienta que no momento o sistema está operando com taxa de ocupação de leitos de mais de 90%, ou seja, a estrutura está no limite. “Hoje abrir a ponte de qualquer jeito, poderia colocar o sistema em colapso, pois estamos trabalhando com taxa de 92%, 93% de ocupação” argumentou. Atualmente o Hospital já está recebendo pacientes paraguaios, mas alguns estão sendo encaminhados de forma irregular para Foz do Iguaçu.
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Recentemente o prefeito Chico Brasileiro chegou a oferecer leitos de hospital para o Paraguai. Porém, o prefeito voltou atrás porque aumentou o número de pessoas internadas no sistema iguaçuense.
Protocolo de Segurança Sanitária para reabertura
O presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Foz (Codefoz) entidade que lidera, em Foz, as ações pela reabertura da fronteira, Mario Camargo, garante que está sendo planejado um protocolo de segurança sanitária bem definido para evitar o colapso na saúde. “Nosso objetivo não é só abrir a ponte, temos a responsabilidade de primeiro analisarmos a situação para sabermos como está a pandemia do lado paraguaio e brasileiro, porque corremos o risco de abrirmos a ponte e trazermos um problema” esclareceu.
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Camargo informa que um protocolo de segurança já é seguido pelos caminhoneiros que passam pela ponte, mas que está sendo ampliado, e com previsão de desenvolvimento em três etapas. “Isso está sendo feito com muito critério, o protocolo está dividido em três etapas, no primeiro momento será liberado apenas veículos, com capacidade de 50%, e somente na última etapa é que seria a liberação da ponte” informou.
Mario Camargo reflete que todos os aspectos da reabertura da fronteira precisa ser analisada com cautela. “Nós temos que pedir a abertura da Ponte, porque é necessário olhar o lado social e econômico, neste momento são 70 mil pessoas desempregadas na fronteira, e isso pode causar uma convulsão social, mas não podemos esquecer da saúde” ponderou.