Para que estudantes da rede pública de ensino no Paraná não percam o vínculo com as escolas, foram necessárias iniciativas para auxiliar no processo de aprendizado durante a pandemia. Em algumas regiões do estado, as escolas estão disponibilizando a estrutura para que alunas e alunos, individualmente, com hora marcada e seguido protocolos de segurança, possam utilizar internet e laboratórios e assim realizarem e entregarem as atividades em dia no Aula Paraná.
Uma das escolas que está permitindo o acesso aos estudantes é o Colégio Estadual Carlos Drummond de Andrade, em Foz do Iguaçu. Por lá, a direção percebeu que a grande dificuldade de alguns alunos era justamente acessar à internet. “Nós estamos localizados em uma área onde residem muitas famílias, que trabalham informalmente, e que nesse momento de pandemia, tiveram alterações na situação financeira”, explica Jeferson Heindrickson, diretor da escola.
Jeferson conta que a demanda surgiu durante os atendimentos virtuais que a escola oferece. “Estamos com atendimento presencial para os alunos duas vezes na semana, e também virtual pelo whatsapp. Para amenizar essa dificuldade da comunidade com a tecnologia, resolvemos oferecer o recurso dos laboratórios, mas com regras estabelecidas para preservar a saúde de todo mundo”.
O Colégio Estadual Barão do Rio Branco, da cidade de Inajá, também recebeu estudantes para a realização de atividades nos laboratórios. Por lá a diretora Dulcineia Ferrari fez um levantamento entre as famílias, para identificar quem teria a necessidade de usar a estrutura do colégio. “Fiz um levantamento entre os estudantes e, para aqueles que tinham a necessidade, foi oferecida a estrutura da escola”, comenta. “Temos vários alunos vindo sempre, seja porque estão sem internet em algum dia ou outro, ou mesmo pela falta de computador”.
Para Maria Clara Almeida Sousa, aluna do primeiro ano do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, em Inajá, Noroeste do Estado, a oferta torna tudo mais prático. “Eu penso que, além de mim, outras pessoas não têm condição financeira de poder ter um celular ou de comprar um computador para acessar e realizar as atividades on-line. Então quando a escola libera computadores para a gente acaba sendo bem mais fácil”. O colégio de Inajá recebe em média 8 alunos por dia nos laboratórios, mas atende também estudantes do EJA.
As gêmeas Sabrina e Sara Moraes, do nono ano, ter a escola aberta à disposição e com segurança é um diferencial neste momento. “É importante ter essa opção porque assim os alunos que estão sem acesso podem ir no laboratório, pesquisar conteúdo e já entregar o trabalho na hora”, conta Sabrina. “Acho legal porque os professores estão presentes e ajudam os alunos”, completa Sara. Elas estudam no Colégio Carlos Drummond de Andrade, de Foz do Iguaçu.
AEN