Buenas região trinacional, notei nas últimas duas semanas um movimento que o mercado do turismo de Foz está fazendo em direção aos modelos digitais de venda como forma de superar a crise, mas o que isso tem a ver com tecnologia? Vejam, os atores do cenário turístico de Foz são atrativos, rede hoteleira, setor gastronômico estão se preparando para alcançar o dito turista, ou pax como o setor chama, usando o máximo de ferramentas online. Tem agências usando a venda online ao vivo, hotéis e atrativos investindo em plataformas e afins. Inclusive tem guias de turismo que estão buscando também entrar nesse mercado de venda online através de aplicativo.
Mas existe um cara, o “EUpresa” aquele empreendedor que não possui estrutura e poder econômico para gerir seu próprio negócio online, sinto que falta apoio nesse escopo, e vejo isso pelos números dos últimos seis meses que o mercado ficou parado, vi pessoas adiando contas e até migrando de imóveis alugados para casa de parentes, como fazemos iniciativas menores, que precisam mais de incentivo da comunidade para concorrer nesse mercado? Em total desarmonia com o modelo de pensamento atual não guias ou motoristas os desorganizados, afinal existem mercados do comércio com muitos sindicatos não?
Enfim a tal desorganização sempre foi fator determinante para se manter o controle, afinal quanto mais disperso um setor melhor é para quem o controla. Os atores do turismo em Foz estão fazendo um movimento, em direção aos diversos modelos de venda online como forma de retomar o fluxo de vendas e superar a crise. É uma tendência mundial que os mercados mergulhem de cabeça no mercado digital. Mas cada um quer seu pedaço, de um peixe que ainda se está estudando a isca, vamos falar disso nas próximas colunas, pescaria é coisa séria:).
Agora a situação sempre traz à tona diversas oportunidades para que os pequenos empreendedores, MEIs, micro e pequenas empresas, é possível encarar para não sucumbirem ou serem esvaziados nesse novo mundo, vale lembrar que a capacidade de adaptar-se é o que faz sobreviver, chegou a hora, o momento é de adaptação.
A lei da oferta e da procura nos ensina que, quem pode mais chora menos. Com a demanda de turistas reduzida aquelas “sobras” do mercado que nutriam pequenos negócios voltados aos turismo tendem a se esvaziar levando a uma asfixia desses pequenos, os negócios familiares, MEI’s, micro e pequenas empresas são responsáveis por uma lacuna considerável dos empregos, acreditem, nós podemos prever nesse contexto um recessão mundial para os próximos dois anos, mas para Foz do Iguaçu como será, vamos aceitar ou adaptar-se? Vamos sempre nos adaptar! Vamos nos reinventar e entender como foram os pós guerras, como era o mercado nessa época, como se negociava e como se fornecia produtos e serviços, assim iremos mais longe.
Iniciativas de fomento para essa parcela de negócios são urgentes. O poder econômico que uma grande empresa tem para criar plataformas, aplicativos e novos modelos de venda falta para esse ator do cenário do turismo, será que ele abrirá mão disso?
Podemos pegar como exemplo os guias de turismo, que são em grande parte MEIs. Com a diminuição da demanda o tíquete médio pago por agencias a uma diária, vai cair em torno de 30% ou mais. Ainda, de início pode ser que sobrem guias, fazendo com que muitos demorem ainda mais para retornar ao trabalho. Junte-se a tudo isso a exclusão digital desses profissionais e temos uma cena de muita dificuldade.
Para contornar esse problema o caminho mais significativo e urgente é criar mecanismos para que os pequenos também possam estar vendendo online e batalhando pelos seus clientes. Sem falar no mercado fronteiriço onde Paraguai e Argentina nós ajudam na barganha e oferta novas experiências nessa região trinacional única, essa região é nosso tesouro e vamos reabrir o mercado, as fronteiras e demais vias que forem necessárias para esse coração voltar a pulsar.
Acredito muito que incentivos, seja do poder público, seja do ecossistema de inovação, de empresa e da comunidade é crucial nesse momento. Financiamentos coletivos, patrocínios, programas de aceleração tecnológica, startups, mas falando de verdade sobre o tema e não apenas o empreendedorismo falacioso, o momento é de arregaçar as mangas e ir pra rua. Então vamos, mas vamos juntos, o momento de adaptar-se é agora, Que a força esteja com todos nós.