O doleiro Dario Messer, réu na Operação Lava Jato, suspeito de esquemas milionários de lavagem de dinheiro, vai devolver quase R$ 1 bilhão. A devolução é resultado de um acordo de colaboração premiada homologado nessa quarta-feira (12), pela Justiça Federal no Rio de Janeiro.
O acordo prevê que Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”, deverá cumprir pena de 18 anos e 9 meses de prisão, iniciando no regime fechado, com progressão prevista em lei.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato no Rio, também ficou acertada a coleta de provas para investigações em andamento. Além disso, depoimentos fornecidos durante a apuração de outros esquemas que tiveram Messer como figura-chave, foram juntados ao processo.
Entre as investigações, estão três operações. São elas: Câmbio-Desligo, sobre esquema de lavagem de dinheiro a partir do Uruguai e que movimentou mais de R$ 1,6 bilhão; a Marakata, sobre negociações de dólar-cabo para lavar dinheiro em contrabando de esmeraldas; e a Patrón, referente ao braço no Paraguai da organização de lavagem de dinheiro liderada por Messer.
Como delator, Messer admitiu, pela primeira vez, em interrogatório prestado nessa quarta-feira, que era sócio investidor da mesa de câmbio operada no Uruguai pelos também doleiros Cláudio Barbosa, conhecido com Tony; e Vinícius Claret, o Juca Bala.
Segundo informações do Ministério Público Federal, o acordo em “escala inédita” na Justiça brasileira, já que estabelece a renúncia, em favor dos cofres públicos, de mais de 99% do patrimônio do doleiro, estimado em cerca de R$ 1 bilhão.
Os bens incluem imóveis de alto padrão e valores no Brasil e no exterior, além de obras de arte e patrimônio no Paraguai, ligado a atividades agropecuárias e imobiliárias. Por esta razão, um pedido de cooperação deverá ser formalizado com as autoridades daquele país, para partilha com o Brasil.
As investigações sobre Messer tiveram início em meio a descoberta de esquemas envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral, preso pela Lava-Jato do Rio desde 2016. A procuradoria identificou que Cabral teria utilizado os serviços de Messer no Uruguai para ocultar valores provenientes de crimes de corrupção.
Dario Messer foi preso em julho de 2019, em uma casa em São Paulo, após ficar foragido um ano.
Rádio Agência Nacional