Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado e divulgada nesta quarta-feira (12) pelo senador Flávio Arns (Rede-PR) mostra que cerca de 20 milhões de estudantes da educação básica e ensino superior tiveram aulas suspensas devido à pandemia do novo coronavírus. O número corresponde a, aproximadamente, 35% do total de matrículas estimadas para 2020.
O levantamento, realizado por telefone entre os dias 24 e 28 de julho com 2.400 brasileiros, também revela que a qualidade do ensino diminuiu na opinião de 63% dos pais de alunos que tiveram aulas remotas. 75% dos pais cujos filhos tiveram aulas remotas nos últimos 30 dias preferem que as aulas voltem a ser presenciais quando a pandemia acabar.
Na opinião do Senador Flávio Arns, o grande número de brasileiros com aulas suspensas e a percepção de queda da qualidade do ensino comprovam que os impactos da pandemia na educação são severos e que exigem medidas articuladas entre os sistemas de ensino no país.
“Assim como a saúde e a economia, a educação também está sendo fortemente impactada pela pandemia. São milhões de brasileiros sem qualquer alternativa de ensino neste período e precisamos de um plano articulado entre União, estados e municípios para enfrentar essa realidade”, destaca.
Sem aulas
Para Arns, os dados chamam a atenção para a grande parcela de brasileiros que dependem do ensino público e ficaram desasistidos neste período. “A pandemia tem mostrado a face da desigualdade no Brasil e esse dado mostra que no acesso à educação isso não tem sido direfente. Nossa responsabilidade deve ser garantir que todos tenham as mesmas oportunidades, só assim poderemos avançar como país”, analisa.
Qualidade das aulas
A maioria dos pais de alunos que tiveram aula remota por causa da pandemia considera que a qualidade do ensino diminuiu (63%). Para outros 22%, a qualidade das aulas permaneceu igual e apenas 8% indicam que houve melhora no ensino com a mudança de formato.
Diante do resultado, o senador Flávio Arns destacou que a percepção dos pais vem sendo apontada também por educadores e especialistas na área. “A qualidade das aulas no formato remoto depende de uma série de fatores. É uma nova realidade que se impôs às famílias e precisamos ter clareza sobre os mecanismos adequados para avaliarmos o impacto desses fatores no processo de ensino e aprendizagem. Essa discussão é urgente e deve envolver toda a sociedade”, afirma.
O levantamento mostra também que 75% dos pais cujos filhos tiveram aulas remotas nos últimos 30 dias preferem que as aulas voltem a ser presenciais quando a pandemia acabar.
Internet e Tecnologia
A pesquisa do Instituto DataSenado mostra que a diferença de acesso entre rede pública e privada está presente também em relação à internet. Dos lares cujos estudantes estão tendo aulas remotas na rede pública, 26% não possuem internet. Já na rede privada, o percentual cai para 4%.
A preocupação aqui é com alunos da rede pública, que por estarem sem conexão, possuem dificuldade de acesso ao conteúdo e, consequentemente, atraso no aprendizado. “A tecnologia é algo fundamental no “novo normal” da educação e os que não a possuem são prejudicados, o que nos leva a inferir da necessidade urgente de políticas públicas que minimizem a desigualdade social que assola o Brasil e atinge horizontalmente o ensino”, afirma Flávio Arns.
Também segundo os resultados, o celular (64%) e o computador (24%) são os equipamentos mais utilizados para acessar os materiais de estudo. “É um desafio para o ensino remoto, pois primeiro é preciso ter um bom aparelho, depois ter condições para pagar um plano mensal que permita o acesso, além da visibilidade e instabilidade. O computador traz melhorias em relação ao celular, mas devido ao custo, nem todos podem ter um em casa para realizar as atividades educacionais”, explica Arns.
Um outro dado que a pesquisa traz é em relação aos alunos do ensino infantil, fundamental e médio que tiveram aulas remotas nos últimos 30 dias, sete em cada dez pais relataram que o filho recebeu as atividades da escola por meio online e outros 20% buscaram o material na escola, o que comprova o abismo educacional daqueles que não possuem acesso à internet.
A apresentação dos dados contou com a participação de representantes do Ministério da Educação, Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e dos movimentos Todos pela Educação e Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
aixe a íntegra da pesquisa no link: https://bit.ly/3ac6MMV
Link da coletiva no YouTube: https://youtu.be/I84yC1g5QuE
Assessoria