O Prefeito Chico Brasileiro explicou à Rádio Cultura a proposta que o município, em parceria com o governo do Paraná, irá fazer ao governo paraguaio para reabertura da fronteira. Chico destacou que, entre as medidas, está prevista a disponibilização de leitos hospitalares em Foz. O prefeito acredita que a fronteira possa ser reaberta em setembro.
Integração
O prefeito ressaltou que a integração entre entidades em Foz do Iguaçu foi fundamental para o sucesso no enfrentamento à doença e a cidade conta hoje com uma das menores taxas de letalidade do país, com 0,91%. “Nós podemos ajudar com toda a experiência que Foz teve. Tivemos uma experiência muito positiva, que foi a junção de esforços entre prefeitura, universidades, Itaipu, Hospital Costa Cavalcanti, Hospital Municipal” explicou.
Essa integração, de acordo com o prefeito, poderia ser ampliada ao Paraguai. “Nós podemos apresentar isso como sugestão ao Paraguai, para que possamos montar uma rede integrada. Foz poderá ser um ponto de apoio. Temos condições, tendo em vista as estabilidades dos casos em Foz, nós podemos ser uma referência em caso de necessidade, não queremos interferir, mas vamos nos colocar a disposição para dar um suporte para essa reabertura. Um suporte até hospitalar” argumentou.
Proposta conjunta para faixa de fronteira
A proposta ao Paraguai será feita em conjunto com o Governo do Paraná. “O governo do estado é muito favorável, está pronto a discutir esse plano. Então, o primeiro passo será organizar uma videoconferência reunindo representantes do estado, prefeitura de Ciudad del Este, governo de Alto Paraná, prefeitura de Guaíra. Queremos envolver, não só a nossa região, mas toda a faixa de fronteira no estado, para que possamos estudar esse plano juntos” afirmou Chico.
Abertura ordenada
O prefeito comentou sobre uma polêmica que é debatida há anos em Foz, a de que pacientes paraguaios colapsam o sistema de saúde da cidade. Chico disse que com o fechamento da fronteira foi detectado uma diminuição significativa no atendimento aos postos de saúde.
No entanto, ele salienta que com uma abertura organizada, seria possível, inclusive, fazer um levantamento de dados de quantos paraguaios atravessam a fronteira para realizar consulta em Foz. “Nós precisamos saber, nesta estratégia de reabertura, exatamente como essas pessoas viriam para cá, iriam para onde em Foz” disse.
“Não seria uma abertura desordenada, até porque precisamos aproveitar o momento para conhecer a demanda. Se chegar um cidadão do Paraguai, ele precisa informar que vem de lá, não vamos negar atendimento, mas queremos saber para apresentar ao Ministério da Saúde” disse o prefeito.
Retomada econômica depende da fronteira
Chico Brasileiro pontuou que a retomada do turismo, em Foz, depende da reabertura da fronteira. “A retomada, só com os nossos atrativos, é positiva, mas ainda é limitada. Por isso vamos pensar para os próximos meses, não acho que seja possível em agosto, mas talvez em setembro” afirmou. “Se tivermos uma reabertura da fronteira com a Argentina, com o Paraguai em setembro, nós teremos uma retomada muito positiva do turismo, pensando nos atrativos e no turismo de compra” concluiu.