Um levantamento na base de dados da revista Forbes sobre a renda dos bilionários da América Latina e do Caribe revelou que a renda dos 73 multimilionários da região cresceu 17% desde o início da pandemia, aumentando o total do patrimônio líquido desse pequeno grupo da sociedade em mais de 48 bilhões de dólares, entre março e junho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram levantados pela ONG Oxfam, que faz relatórios sobre desigualdade econômica.
O aumento da renda dos bilionários na região equivale a um terço do total de recursos previstos em pacotes de estímulos econômicos adotados por todos os países da região.
Dos 73 bilionários pesquisados, 42 são do Brasil. Esses brasileiros viram a fortuna crescer 34 bilhões de dólares durante a maior crise econômica da história. Enquanto isso, estima-se que 40 milhões de pessoas perderão seus empregos e 52 milhões entrarão na faixa de pobreza na América Latina e Caribe em 2020.
A diretora-executiva da ONG Oxfam Brasil, Kátia Maia, destaca que o relatório divulgado nesta segunda-feira precisa ser levado em conta durante a reforma tributária em discussão no Congresso Nacional.
A ONG Oxfam destacou ainda que enquanto milhares de micro, pequenas e médias empresas estão fechando as portas, os ganhos de grandes corporações como a Microsoft, a Visa ou a farmacêutica Pfizer cresceram entre 30 e 50% desde o início do ano.
A Organização Não Governamental defende também impostos sobre as receitas extraordinárias dessas grandes companhias como forma de amenizar os efeitos da pandemia. Por outro lado, argumenta a Oxfam, o aumento da tributação dessas riquezas poderia reduzir os tributos dos mais pobres, que incidem principalmente em alimentos e produtos de higiene e limpeza.
Rádio Agência Brasil