O número de pessoas afastadas do trabalho em função da pandemia do coronavírus caiu entre a primeira semana de maio e o início do mês de julho. Na semana entre 28 de junho e 4 julho, a proporção de ocupados que estava longe das atividades, devido às medidas de isolamento social, foi de 10,1%, contra quase 20% na semana inicial da pesquisa.
No início de julho, 8,3 milhões de pessoas ainda estavam afastadas, sendo dois milhões a menos do que na semana de 22 a 26 de junho. Os dados são da Pesquisa Pnad Covid, divulgada nesta sexta-feira (25) pelo IBGE.
O levantamento mostra também que entre maio e julho mais pessoas perderam postos de trabalho, já que a população ocupada no país passou de 83,9 milhões para 81,8 milhões, com mais 2,1 milhões desempregados.
A população desocupada foi estimada em 11,5 milhões na semana pesquisada. O número mostra um recuo em relação à semana anterior, mas crescimento frente ao período de 3 a 9 de maio, que registrou 9,8 milhões de desocupados.
Já a população ocupada e não afastada do trabalho aumentou de 69,2 milhões para 71 milhões de brasileiros. Dentro desse grupo, 8,9 milhões, ou 12,5%, trabalhavam remotamente na semana de referência.
A coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira, explica que os dados mostram o impacto já menor da pandemia com menos afastamentos, mas também um quadro de demissões e saída de pessoas da força de trabalho.
Os dados mostram que a pandemia é o principal motivo alegado pelos brasileiros para não procurarem trabalho. Cerca de 19,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho disseram que gostariam de trabalhar, mas não procuraram uma colocação na semana por causa do coronavírus ou porque não encontraram ocupação no local em que moravam. Esse contingente foi maior do que na semana anterior, quando somaram 17,8 milhões de pessoas.
A pesquisa avalia também o relato de sintomas da Covid-19 e na semana de referência, 14,3 milhões de pessoas declararam apresentar pelo menos um dos 12 sintomas relacionados à sindrome gripal investigados pela pesquisa. O número representa 6,8% da população do país, mas foi menor do que o registrado na semana anterior, de 7,3% da população. Na primeira semana de maio, 12,7% da população relataram os sintomas.
Entre 28 de junho e 4 de julho, mais de 3 milhões de brasileiros que tiveram algum sintoma de síndrome gripal procuraram atendimento em serviços de saúde. A maioria, mais de 80%, continuou sendo feita em alguma unidade do Sistema Único de Saúde.
Rádio Agência Nacional