Depois de ter alcançado o menor patamar da série histórica no mês passado, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio registrou crescimento de 6,6% em julho, passando de 66,7 pontos para 69,3 pontos. Este é o primeiro avanço mensal do indicador em quatro meses, desde o início da pandemia do novo coronavírus. Mas ainda assim, ele permanece abaixo da linha dos 100 pontos, na zona de avaliação pessimista, e foi 59 pontos menor do que o nível pré-crise.
A comparação anual também foi desfavorável, com queda de 39,5% com relação a julho do ano passado. Para o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, José Roberto Tadros, isso mostra que apesar da reabertura gradual do comércio em algumas cidades, a paralisação da maioria das empresas continua impondo reduções à atividade dos diferentes setores da economia, em especial ao comércio e aos serviços.
Tadros ressaltou que de março até o fim de junho, os prejuízos do setor já superaram R$ 240 bilhões. O principal responsável pela alta do indicador em julho foi o subíndice relativo às expectativas, que chegou a 106,4 pontos, voltando a zona de otimismo, após crescer 21,1%. Os empresários estão mais confiantes com relação ao futuro tanto da economia, quanto do setor de comércio e de suas próprias empresas.
Já o item que mede a satisfação dos empresários com as condições atuais continuou apresentando retração, de 7,1%, e ficando em 34,2 pontos. No entanto, a queda em julho foi menos intensa do que a dos meses anteriores. Para os especialistas da CNC, a principal razão para isso é a dificuldade dos varejistas de menor porte no acesso ao crédito.
O mesmo movimento de queda, mas com desaceleração, foi percebido nas intenções de investimento, que reduziram 4,8%, chegando a 67,3 pontos. O principal ponto positivo é que os empresários já se mostram mais dispostos a contratar funcionários, e após quatro meses de reduções intensas, essa intenção subiu 2,4%, mas ainda está 56 pontos abaixo do nível pré-pandemia.
Rádio Agência Nacional