O gráfico abaixo é a tradução mais perfeita do desenrolar da Pandemia em nossa cidade, mesmo quem não é muito fã das ciências exatas consegue perceber que passamos da incerta calmaria para o inicio abrupto e violento de uma tempestade sem hora para acabar.
Dos 100 telefonemas diários, hoje (sábado, 27) o plantão telefônico Covid chegou a receber 839 mensagens em um único celular. Dos 2 a 4 novos pacientes para acompanhar os médicos da TELEMEDICINA hoje tem 70 novos pacientes /dia para cuidar. Dos 20 exames diários, o laboratório de Biologia Molecular passou a realizar quase 200.
Cada paciente atendido e que precisa fazer exames gera em média 7 impressos: 3 folhas de notificação, 2 pedidos de exame , 1 declaração ou atestado para afastamento, 1 folha de evolução. Ontem 300 notificações de COVID 19 precisaram ser preenchidas para envio ao setor de Epidemiologia do Município.
Mais de 200 pacientes comparecem para as coletas de exame ou para atendimento emergencial na Triagem e no PS respiratório do Hospital Municipal, as enfermarias começam a se encher, os leitos de UTI passam a ser sistematicamente ocupados.
A apreensão dos profissionais de saúde e de todos os envolvidos direta e indiretamente no Enfrentamento a Pandemia aumenta a cada instante.
Sabemos que em breve a multidão de casos leves e moderados da doença poderá ser substituida pela preocupante onda de casos graves.
Nossa torcida é que ao chegar esta hora todas as estruturas que foram preparadas tenham sustentação e consigamos um resultado favorável com poucas vidas perdidas e se possível a totalidade de nossos pacientes recuperados. Para tanto é necessário que cada um de nós faça a sua parte neste esforço coletivo e saíremos ilesos do lado de lá da Pandemia, no mundo depois de amanhã.
Respeito ao isolamento, cuidado consigo mesmo e com o outro, paciência ao aguardar atendimento que não seja emergencial e também resultados de exame, respeito a ciência e ajuda a quem precisa são algumas das atitudes que cada cidadão pode adotar para tornar essa passagem menos conturbada e traumática para toda a comunidade e seus indivíduos.
Meu muito obrigada a Enfermeira Mara Cristina Ripoli Meira e toda a equipe de Epidemiologia do Município de Foz do Iguaçu pelo compartilhamento dos dados e aos Professores Luiz Roberto Ribeiro Faria Junior e Elaine Soares da BIOLOGIA da UNILA pela elaboração deste gráfico tão emblemático.
Dados da elaboração do gráfico retirados dos Boletins Epidemiológicos lançados pelo Município de Foz do Iguaçu. Data inicial do gráfico 29/04/2020 sendo que os exames de Foz do Iguaçu passaram a ser realizados no laboratório local em 24 de Abril de 2020.
Dra. Flávia Trench
CRM 12550
Professora Assistente do Curso de Medicina da UNILA