Estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo mostra que as condições no transporte coletivo pioraram durante a pandemia, especialmente para moradores da periferia, deixando-os mais expostos à Covid-19.
De acordo com o estudo, apesar da diminuição da demanda, em razão do menor número de passageiros nas ruas, os ônibus da periferia permaneceram com elevada concentração de pessoas. Um dos pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole da USP, Pedro Gioudice listou os motivos para isso ter acontecido.
No comparativo feito na capital, as linhas da região central tiveram redução de 68% de passageiros, e de 61,3% na quantidade de ônibus, já na região leste, por exemplo, a demanda reduziu 63,6% e a oferta de ônibus, 61,6%. O que demonstra a dificuldade de um morador da periferia de pegar um ônibus menos lotado.
Ainda de acordo com Pedro Gioudice, nas regiões periféricas de São Paulo a oferta de transporte público deveria aumentar para que a lotação estimada dentro dos coletivos ficasse menor que 2 passageiros por metro quadrado, medida que poderia evitar maior disseminação do coronavírus.
A pesquisa do Centro de Estudos da metrópole pegou dados das próprias concessionárias de ônibus além dos dados de mobilidade de aplicativos como google para fazer o estudo. Procurada, a prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes informou que, desde o início da quarentena em São Paulo, manteve a frota de ônibus operando em níveis acima da demanda apresentada.
Segundo a pasta, a frota foi reforçada ao longo dos últimos três meses. Atualmente, com a reabertura do comércio, ela passou a operar com 92% da totalidade, com a demanda em torno de 40% dos passageiros transportados antes da quarentena.
Rádio Agência Nacional