Maringá se transformou no novo foco da contaminação pelo coronavírus entre os policiais penais (antigos agentes penitenciários). O foco está na Casa de Custódia de Maringá (CCM) com 09 casos confirmados e 14 ainda aguardando o resultado. Dos 09 confirmados, 06 são da equipe Bravo, que recebeu presos contaminados da carceragem da 9º SDP no dia 12/06/2020.
Dois desses presos testaram positivos para a Covid-19. Um outro caso entre policiais penais de Maringá foi registrado na Penitenciária Estadual de Maringá, com um cônjuge de um dos casos confirmados também na CCM. Esses 10 casos registrados somados aos 3 da 9º SDP coloca Maringá como epicentro da contaminação pelo coronavirus no sistema prisional do Paraná.
Sozinha, a cidade já registrou o dobro dos casos entre policiais penais de todo o estado. Desses, a totalidade está na CCM e 9º SDP. E as duas situações se ligam com essa transferência do 14 presos da 9ª para a CCM no dia 12/06, sem passar pela unidade referência para isolamento de presos suspeitos da COVID-19 que fica em campo mourão.
Nas demais cidades, pela última apuração do sindicato os números de confirmados são: Curitiba e Região metropolitana 08; Londrina 01; Foz do Iguaçú 01; Cascavel 01; Guarapuava 00; Ponta Grossa: 00; Cruzeiro do Oeste: 00; Francisco Beltrão 00. Importante destacar que não existe uma política de monitoramento no sistema prisional, em tempo real, sendo feita pelo governo do estado.
Sem prevenção
A transferência desses presos da 9º SDP para a CCM está diretamente ligada ao estouro de contágio entre os policiais penais da unidade, que relatam que na época havia apenas máscaras descartáveis para uso como EPI, quando o necessário seriam equipamento similares aos hospitalares de prevenção da Covid-19, haja vista o contato direto com presos contaminados.
Os agentes ainda alegam que não tinham a informação sobre a condição de saúde dos presos e que os mesmos deveriam ser transferidos diretamente para a “unidade sentinela/referência” que fica em Campo Mourão, destinada ao isolamento de presos com a COVID-19. Somente depois de passarem pelo isolamento de 14 dias e tratamento nesta unidade reservada para este fim, é que deveriam entrar em outras unidades. Isso porque nas carceragens os presos devem ser observados como suspeitos por conta da aglomeração carcerária, exemplo da cadeia pública de Toledo onde 122 presos foram confirmados.
Com sintomas da doença, outros tantos policiais penais estão procurando por testes na rede municipal de saúde e outros em laboratórios particulares. O Sindicato tem cobrado à Secretaria de Segurança Pública do Paraná (SESP-PR) que seja feita testagem em massa em todas as unidades penais.
Assessoria Sindarspen