A Junta Municipal de Salto del Guairá, declarou “estado de catástrofe econômica” por causa da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. A cidade paraguaia faz fronteira com Guaíra (PR) e Mundo Novo (MS).
As autoridades locais garantiram que o fechamento da fronteira para evitar possível contágio do coronavírus por pacientes estrangeiros no Paraguai teve um impacto tremendo na economia de Salto del Guairá, uma vez que impede o turismo de compras. Dessa forma, as vendas caíram praticamente 100% e a taxa de desemprego subiu para 93%, com mais de 6.000 desempregados até o momento.
Os membros do conselho da Junta Municipal consideram inegável a catástrofe econômica e os habitantes locais procuram atrair a atenção das autoridades governamentais com medidas vigorosas.
A exemplo de Pedro Juan Caballero, cidade-gêmea de Ponta Porã (MS), o comércio de Salto del Guairá corre risco de falência coletiva. Com a fronteira fechada, os comerciantes não podem vender para os turistas brasileiros e a população local não tem dinheiro para fazer compras.
Na noite de segunda-feira (22), os comerciantes, desempregados e taxistas em uma carreata, que reuniu mais de mil veículos. Eles querem congelamento das dívidas durante a pandemia. O Paraguai é citado como bom exemplo no combate à proliferação do novo coronavírus. O país inteiro tem 1.379 casos positivos e 13 mortes.
De acordo com o jornal Última Hora, o cenário de Salto del Guairá é desolador: estacionamentos vazios, comércios fechados, ruas vazias e ambiente de desespero entre comerciantes e trabalhadores.
“Há 105 dias estamos parados, sem poder vender nada. O ambiente é triste e desolador, onde há três meses havia tumulto, hoje vemos desconforto”, afirmou Victor Stanley, que representa o comércio local. Segundo ele, pelo menos três mil lojas fecharam as portas.
Ao ABC Color, Juan Alberto Rojas, um dos diretores do Centro de Comerciantes, disse que Salto del Guairá é a cidade mais afetada pela quarentena na fronteira, pois depende exclusivamente do turismo, setor paralisado desde 16 de março. “Ciudad del Este e Pedro Juan já têm um movimento interno capaz de produzir bens e serviços que alimentam a economia local; em Salto ainda não temos essa capacidade ”, afirmou.
Além do congelamento das dívidas, redução de impostos e de taxas portuárias e aeroportuárias, os comerciantes da fronteira reivindicam a permissão para fazer entrega de produtos a compradores brasileiros na Linha Internacional, mas a medida depende de acordo com o governo do Brasil.
Fonte: Jornal do Conesul/Última Hora/ABC Color