As escolas particulares do Paraná estavam planejando o reinicio das aulas no fim do mês de junho. Porém, o avanço dos casos de Covid-19 no estado adiou o planejamento e o retorno, a princípio, só deve ocorrer em agosto. A informação é da presidente do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR), Esther Cristina Pereira.
O planejamento inicial era reiniciar as aulas nesta segunda-feira, 22. “Quando montamos o protocolo para o retorno no dia 22 de junho, nós estávamos muito bem no Paraná, com poucos casos de Covid-19, a sensação é que nós relaxamos e a doença veio com bastante força e estamos em um momento muito preocupante” explicou Esther.
Agora, ainda de acordo com Esther, o novo planejamento será para retornar em agosto. “Esta semana iniciamos junto com a Secretaria de Educação do Estado, a costura de um protocolo para retorno, com regras, do que precisamos nos organizar, com termômetros, máscaras, para trabalharmos dentro do que a saúde vai exigir” salientou.
Ensino híbrido
Segundo Esther, o protocolo estabelecido pelas Escolas Particulares irá contemplar o estudo presencial e à distância. Dessa forma, os pais que não se sentem seguros para mandar os filhos para a escola terão a oferta de ensino pela internet. O sistema híbrido deve ser adotado em todo o país e não só pela rede particular de ensino, mas também pela rede pública.
“É preciso fazer que a família tenha segurança para mandar os filhos, e a partir do momento que a família não tem, nós, como escola, precisamos garantir a educação desses estudantes. Então a nossa ideia, no início agora, enquanto a situação está mais alarmante, é iniciar um processo de atendimento aos pais que trabalham em serviços essenciais. Aos poucos, depois, começar o atendimento aos outros alunos. Portanto, no início teremos que atender nos dois sistemas, presencial e à distância” explicou Esther.
Migração de estudantes para a rede pública
Com o cancelamento das aulas, e a crise que atingiu o país com a paralisação das atividades devido à pandemia, alguns alunos da rede particular de ensino saíram e migraram para a escola pública. No entanto, de acordo com Esther, no Paraná o impacto não foi muito grande.
“Nós temos no Paraná cerca de 380 mil estudantes na rede particular e até agora nós estimamos que perdemos entre 8500 e 9 mil alunos” afirmou. Segundo ela, a saída ocorreu em maior número no início da crise, e agora já está estabilizada.
A preocupação maior, de acordo com Esther, está na educação infantil. “Nossa preocupação é com as escolas pequenas de educação infantil, nessa área muitas saíram e provavelmente todas vão para as escolas públicas. E a preocupação é com o retorno, como a escola pública irá atender toda essa demanda?” pondera.
Diante disso, o Sindicato e as escolas chegaram a se reunir com algumas prefeituras para negociar uma ajuda do poder público às escolas menores para mantê-las abertas, mas até o momento não houve acordo. “Alguns estados forneceram uma espécie de voucher para escolas menores. Mas aqui no nosso estado não foi possível, conversamos muito para conseguir, mas não tivemos acesso com diálogo franco com relação à isso” lamentou Esther.
Cidades sem casos
Esther ressaltou que as Escolas localizadas em municípios que não registraram casos, protocolaram pedido para retorno. Porém, não houve respostas do estado e elas se mantém fechadas.