Além de ser uma das manifestações culturais mais tradicionais no Brasil, as festas juninas também geram empregos, movimentam a economia e divertem nesta época do ano. Com a política de distanciamento social, empreendedores buscam alternativas para a festividade.
A jovem Gabriele Maroqui, de 19 anos, é aprendiz em uma fábrica de caminhões em Ponta Grossa, região dos Campos Gerais. Na pandemia, ela e seus colegas foram liberados temporariamente da rotina da empresa e, com o tempo ocioso, viu uma oportunidade de negócio durante o período das festas juninas.
“Sempre ajudei minha avó a vender salgados e doces sob encomenda. Com o tempo livre na pandemia, decidi montar cestas com produtos típicos de festa junina, como cachorro quente, pipoca, quentão, maçã do amor, paçoca e outros. Nesses três primeiros dias do mês, já foram mais de 20 encomendas”, comemora.
A divulgação e venda das cestas é feita totalmente via internet, utilizando as redes sociais como WhatsApp, Facebook, Instagram e Twitter. Com entrega dos produtos em domicílio, o valor depende da localização do cliente. As cestas custam R$50.
Em Maringá, Gilmara Passos Avelar, da Gildecor Mini Festas, aluga cenários para decorar festas juninas em casa. É possível contratar os serviços de decoração e montagem ou na modalidade pegue-e-monte os cenários menores. A empreendedora está animada com a procura pelos modelos com tema junino e de fazendinha. “Já estamos com a agenda cheia de reservas para as festas juninas”, comemora.
Gilmara, que também trabalha como professora, conta que começou a trabalhar com decoração por afinidade, até que profissionalizou o negócio há dois anos. O serviço desde o início foi voltado para festas pequenas e tem gerado mais demandas no atual contexto.
“Tivemos um baque quando a pandemia começou, mas depois o efeito foi contrário e estou trabalhando mais que antes. As pessoas não vão deixar de comemorar as datas festivas, mas farão isso em casa. Essa época de festa junina é uma oportunidade de ampliar os negócios aproveitando os novos hábitos que as pessoas estão adotando”, diz.
Para a consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, o consumo dos alimentos típicos deve ser menor do que em períodos juninos normais, mas o agricultor deve manter a produção.
“O consumo deverá se manter, mas em uma escala menor. As pessoas querem comemorar essa festa tão tradicional, mas agora dentro de suas casas. Por isso, a produção também deve ser incentivada. O empreendedor precisa estar de olho nas oportunidades para que possa surpreender essas famílias, investindo no e-commerce e delivery. São maneiras ótimas de chegar ao consumidor final”, indica.
Assessoria