Entre os dias 25 de março e 28 de abril, as equipes da UNILA e do Laboratório Municipal de Foz do Iguaçu realizaram exames em 1.089 pacientes com suspeitas de Covid-19. Ao todo, já foram realizados 1.991 exames do tipo RT-PCR. Somam-se os exames realizados pelo laboratório do Hospital Ministro Costa Cavalcanti e os testes feitos pelo Laboratório Central do Estado, no início da pandemia. A informações está no Boletim da Vigilância Epidemiológica. Esse dado coloca Foz do Iguaçu como o município com o melhor número de testes per capita no Paraná. A cidade realiza um teste para cada 129 habitantes.
Testar a população é apontado por especialistas como uma das principais estratégias de enfrentamento da pandemia da Covid-19. “Quando você testa uma pessoa com sintomas respiratórios ou febre, você pode isolar esse paciente. Período que ela estaria transmitindo o vírus e isso ajuda muito para a contenção. Ou seja, quanto mais testes dos sintomáticos, – que são os melhores espalhadores virais – você tem mais controle da circulação da doença”, explica a médica infectologista e docente do curso de Medicina da UNILA, Flávia Trench.
Em Foz do Iguaçu, a testagem também permite o acompanhamento dos casos positivos por meio do projeto de Telemedicina. O projeto foi implantado por uma parceria entre a UNILA e a Secretaria Municipal de Saúde. Por um período de 14 dias, um médico faz acompanhamento telefônico de todos os pacientes que testaram positivo nos testes de Covid-19. E, ao menor sinal de piora do quadro clínico, o paciente pode ser orientado a buscar atendimento presencial ou até a buscar internamento, para que receba todas as medidas de suporte.
Protagonismo no enfrentamento da pandemia
Para Flávia Trench, a estratégia de testagem coloca Foz do Iguaçu em um patamar de protagonismo no estado do Paraná, no enfrentamento da Covid-19. “Não é a primeira vez que isso acontece. Em 2009, fomos bastante protagonistas ao romper com o protocolo do Ministério da Saúde e tratar todos os casos sintomáticos de H1N1, o que fez com que diminuíssem os casos graves e as mortes”, lembra a médica.
A realização dos exames só foi possível por meio de uma parceria entre a Prefeitura e a UNILA. A Universidade transferiu os equipamentos do Laboratório de Pesquisa em Ciências Médicas para o Hospital. Já a Prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Saúde, fez a compra dos insumos necessários para os testes. O Laboratório de Biologia Molecular do Hospital Municipal, habilitado pelo Lacen em 29 de abril, tem capacidade para testar 200 pacientes por dia, 100% pelo SUS, de Foz do Iguaçu e dos demais municípios da 9ª Regional de Saúde. O tempo estimado para sair o resultado é de três horas.
Os exames realizados pela UNILA e o Hospital Municipal são do tipo RT-qPCR (sigla em inglês para Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa). O teste utiliza técnicas de biologia molecular para fazer uma busca minuciosa pelo material genético do Sars-Cov-2 nas amostras de secreção nasal e oral dos pacientes. “É um teste padrão ouro. É feito com reagentes que os melhores laboratórios de diagnóstico e de pesquisa buscam para o enfrentamento da pandemia”, avalia o gerente e responsável técnico do Laboratório Municipal, Rafael dos Santos da Silva. Ele também é aluno do Mestrado em Biociências da UNILA.
Assessoria