O espaço aéreo de Foz do Iguaçu será inspecionado a partir desta quinta-feira (28) pelo avião do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), da Força Aérea Brasileira. O avião realiza voos baixos em aeroportos, enquanto realiza inspeção e calibração de diversos sistemas, incluindo o sistema de pouso por instrumentos – ILS.
A aeronave-laboratório tem a missão de verificar diversos parâmetros do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) para proporcionar a todas as aeronaves a operação segura em todas as fases do voo, principalmente sob condições meteorológicas adversas.
Planejamento
Mesmo com a queda dos movimentos aéreos registrados no Brasil, em consequência das restrições impostas pela COVID-19, o Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) da Força Aérea Brasileira, responsável pela aferição dos auxílios à navegação aérea em todo o país, continua desempenhando suas atividades, quase que na totalidade. O objetivo é permitir que todas as aeronaves que cruzam os céus do Brasil se movimentem com segurança.
“Com a diminuição do efetivo, houve um decréscimo nas atividades de solo, mas o GEIV foi pouco impactado pela natureza da missão, que não pode parar. Nosso aproveitamento é de 90%, com pouco ou nenhum prejuízo”, descreveu o Comandante do GEIV, Tenente-Coronel Aviador José Evânio Guedes Júnior.
A operação de aeronaves em qualquer trajetória de voo dentro da cobertura de auxílios à navegação, ou dentro dos limites das possibilidades dos equipamentos autônomos, ou a combinação de ambos (PCA 351-3) é a definição do que é a navegação aérea, essência do trabalho desenvolvido pelo GEIV.Clique aqui para baixar a imagem original
Para não haver impacto, nem prejuízo em quaisquer atividades fundamentais neste momento extraordinário, foi feito um planejamento levando em consideração tanto a necessidade de isolamento social, com a consequente diminuição do efetivo em sede, quanto o cumprimento do calendário de inspeções programado para o ano.
Calendário e medidas de proteção
Para atender ao calendário, a elaboração de escala foi dividida contemplando o revezamento de três grupos. De modo geral, as missões contam com quatro tripulantes, os dois pilotos, o mecânico de voo e o operador de sistema de inspeção em voo (OSIV).
A divisão de equipes levou em consideração a segurança como principal fator. A orientação do Comandante aos tripulantes é a utilização de máscara, inclusive a bordo, em todo o território nacional, independente dos decretos regionais. O pernoite, quando houver, restringe-se à impossibilidade de regresso à sede. Outro cuidado indispensável é a completa higienização da aeronave após cada voo.
Diário de bordo
O piloto inspetor Capitão Aviador Gabriel Brandello de Oliveira Haguenauer Moura, o cumprimento das inspeções em tempos de pandemia exige atenção redobrada, da fase de planejamento, logística até a previsão de término. “Independente de fatores externos, os auxílios precisam ser inspecionados para que o funcionamento dos aeroportos seja mantido em sua normalidade”, destacou.
Quando são acionados, os pilotos fazem uma análise do local de pernoite e verificam se haverá disponibilidade de hotel e como será o deslocamento na cidade. Em sua missão mais recente, a integração de um radar em São Luís, no Maranhão, foi um bom exemplo de como o planejamento exige coordenação e comunicação.
A decolagem do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, no dia 5 de maio, coincidiu com a data em que teve início o bloqueio total (lockdown) em quatro municípios da Região Metropolitana de São Luís (MA).
Com os bloqueios, qualquer deslocamento considerado não essencial foi proibido. Dessa forma, a tripulação teve de ser apoiada pelo Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de São Luís (DTCEA-SL), organização militar subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).
“Nossa rotina está sendo a realização da inspeção, a ida para o hotel, o retorno para a aeronave, e o prosseguimento das atividades, com todos os cuidados necessários, como a higienização da aeronave e o uso de máscaras de proteção, de modo que consigamos cumprir a missão e manter as orientações para evitar o contato e o contágio”, descreveu o Capitão Brandello.
A missão de integração radar teve a duração de dois dias e foi finalizada no dia 7 de maio, com sucesso. “O trabalho que o GEIV realiza é fundamental para o Brasil, a inspeção em voo permite que as companhias aéreas, a aviação geral e militar continuem realizando suas atividades, principalmente no momento em que vivemos. Nosso objetivo é sempre realizar o previsto com o menor impacto possível”, finalizou o Capitão Brandello.
Com informações da FAB.
Fotos: Luiz Eduardo Perez e Fábio Maciel