Seis profissionais de saúde que atuam no Hospital Municipal Padre Germano Lauck foram infectados com a Covid-19. A primeira informação repassada à Rádio Cultura por Paulo Sérgio Ferreira (Paulinho), presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde, era de que quatro tinham confirmado. No entanto, os números foram atualizados e são seis infectados. Os profissionais atuam em áreas diferentes no hospital.
Segundo informações repassadas à Rádio Cultura, os profissionais infectados são técnico, enfermeiros e uma atendente de farmácia. Pelo menos um paciente já teria saído do isolamento. Segundo Paulinho neste momento há uma paciente que apresenta sintomas graves. “temos uma enfermeira internada e está passando por exames e há a possibilidade de ser intubada” informou.
Os profissionais buscaram o sindicato e estão reivindicando testagem em todos os funcionários. “Nós estamos tomando algumas medidas, primeira delas é fazer a denúncia nos órgãos competentes, e vamos solicitar que sejam feitos testes em todos os funcionários” informou o presidente.
Ele teceu críticas ao protocolo estabelecido pela prefeitura. “A prefeitura investe para fazer teste na população que tem pouco contato com o vírus e não investe para testar quem está na linha de frente com o coronavírus” reclamou ele. “Isso é uma incoerência da prefeitura” argumentou.
Paulinho destaca que os profissionais estão recebendo os Equipamento de Proteção Individual (EPIs). No entanto, critica a administração do hospital, que segundo ele não está tendo uma comunicação clara com a categoria. “O Sindicato realizou uma pesquisa online com os profissionais e a insatisfação com a administração é muito grande” disse ele.
Hospital Municipal
A Rádio Cultura ouviu o Diretor da Fundação Municipal de Saúde, professor Sérgio Fabriz. Ele ressaltou que ainda não está confirmado onde esses funcionários foram infectados, podendo ser no próprio hospital ou em outro lugar. “É uma questão que precisa ser investigada, mas acredito que provavelmente eles tenham sido infectados no hospital mesmo” declarou.
Sobre as testagem em todos os funcionários, que é cobrada pelos colaboradores, Fabriz diz que não é recomendada. “Essa testagem em massa não é recomendada, é necessário seguir protocolos sobre exames e é importante esclarecer, não só os colaboradores, mas todas as pessoas, existem janelas imunológicas, não adianta fazer teste em paciente que não tem sintomas, pois vai dar negativo. O exame só detecta a partir do segundo dia depois dos sintomas, se fizer uma testagem agora, provavelmente todos testarão negativo” explicou.
O diretor garantiu que todos os profissionais estão recebendo equipamento de proteção individual (EPIs). “O hospital em nenhum momento deixou faltar EPI, o contágio infelizmente ele existe, em qualquer hospital que atende Covid-19 tem, o que temos que fazer é cada vez mais ter orientação e condições de diminuir esse impacto” falou Fábriz.
Protocolos
Fabriz ressaltou que protocolos de segurança sanitária foram estabelecidos desde o início da pandemia e devem ser seguidos. “Esses protocolos estão sendo executados desde o início da pandemia, a gente monitora os funcionários na entrada, fornece a máscara n95, orienta quanto a lavagem das mãos, temos feito treinamentos, temos álcool em gel, tem tudo, não falta nenhum EPI” salientou.
Ele destaca que é possível que seja necessário fazer mais orientações aos profissionais. “Então é uma questão de orientar mais, as vezes um simples descuido, no momento de atendimento ao paciente, pode ter um contágio, então estamos orientando para que tenha um cuidado em relação a isso” disse. Ele não quis comentar sobre a insatisfação dos colaboradores citada pelo sindicato.
Testagem em massa no Hospital Ministro Costa Cavalcanti
Sergio comentou sobre a testagem em massa que ocorreu no Hospital Ministro Costa Cavalcanti. Segundo ele, cada hospital segue um protocolo, mas reafirmou que não é indicado.