O prefeito Chico Brasileiro (PSD) afirmou no último sábado (9), que o município não deve nada às empresas do transporte coletivo de Foz do Iguaçu. O pronunciamento foi em resposta ao pedido de subvenção das empresas do Consórcio Sorriso pelo desequilíbrio financeiros causado pela diminuição dos serviços desde o início da quarentena de prevenção ao novo coronavírus na cidade.
Em abril, os representantes do Consórcio Sorriso enviaram à Procuradoria Geral do Município um pedido de subvenção de R$ 4,7 milhões, resultado da diminuição em 95% dos passageiros desde o decreto municipal que suspendeu a circulação normal dos ônibus na cidade.
“Município de Foz do Iguaçu, de consequência, promover a sustentabilidade do serviço público de transporte coletivo de passageiros, por meio de apoio econômico-financeiro, tendo em vista
a ausência de remuneração tarifária, devendo, ainda, manter a operação compatível com a demanda de passageiros, no prazo máximo de 48 horas, a contar da presente data“, diz a intimação enviada pelo Consórcio aos procuradores municipais.
Brasileiro ressaltou que diminuir a frota de ônibus não significa deixar áreas descobertas pelo transporte. “Vamos notificar o Foztrans para que tome as providências junto às empresas. A prefeitura fica muito engessada em tomar atitudes em relação ao transporte coletivo por que tem um contrato e esse contrato prevê várias situações que termina protegendo as empresas.
O prefeito disse ainda, que na interpretação do contrato pelas empresas o município teria que custear o desiquilíbrio financeiro, o que, segundo ele, não é verdade. “A prefeitura não deve nada às empresas, quem fala isso está enganando os trabalhadores. É impossível que a prefeitura fique subsidiando empresas que ao longo dos anos ganharam muito dinheiro”, disse.
Chico Brasileiro:
Trabalhadores
A diminuição do transporte coletivo em Foz do Iguaçu também causou uma série de demissões nas três empresas que compõe o Consórcio Sorriso. Cerca de 200 trabalhadores receberam aviso prévio na primeira semana de abril.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Foz do Iguaçu (SITROFI) informou que desses avisos, entre 85 e 90 foram suspensos após acordo com as empresas,
“Desde o dia 23 de março o sindicato tenta evitar as demissões e logramos êxito em acordo com a Cidade Verde e Vale do Iguaçu. A Transbalam prefere pagar mais aos trabalhadores e desligar até passar a pandemia e quando o transporte se normalizar recontratar esses funcionários”, disse Dilto Vitorassi, presidente do SITROFI.
Vitorassi afirma que alguns funcionários trabalham há 60 dias sem receber, resultado da baixa na arrecadação das empresas desde o início do período de quarentena. “O Sindicato está fazendo de tudo, primeiro para manter o emprego, segundo para que paguem os salários e terceiro para que o serviço não sofra descontinuidade”, disse.
Sobre a circulação dos ônibus sem o cobrador sob a justificativa de diminuir o risco de contágio para os trabalhadores, acabando com o manuseio de dinheiro, Vitorassi afirma que existe a intensão de acabar com o cargo, a exemplo do que já foi feito em Cascavel.
“Para diminuir custo do transporte resolveram tirar o cobrador, com o argumento que é para proteger a saúde deles. Essa justificativa não é pela saúde, mas para que no futuro implantando um transporte sem a presença do cobrador”, ressaltou.
Dilto Vitorassi: