As aulas presenciais das escolas estaduais e particulares do Paraná não devem retornar antes do mês de julho, garantiu o secretário de Estado da Educação e do Esporte, Renato Feder. Segundo ele, a determinação sobre o retorno deve estar em consonância com a Secretaria de Saúde, que monitora o enfrentamento do novo coronavírus no Estado – responsável pelo fechamento das escolas.
“A Secretaria de Educação vai sempre escutar a de Saúde, que é a responsável por saber como está a situação do vírus no Paraná. A orientação é que as escolas não podem abrir e muito provavelmente ainda não abrirão em maio, nem junho e julho. Somos da opinião de que a quarentena poderá acabar em julho ou agosto”, declarou o secretário, na manhã desta quinta-feira (7) durante no programa Em Pauta, da Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp), em cadeia com 23 emissoras do Estado, em diferentes regiões.
Nessa quarta-feira (6), as escolas particulares, por meio do Sindicato que as representa, ventilou a possibilidade de uma abertura gradativa aos estudantes. O secretário rechaçou a proposta e garantiu que a abertura das escolas particulares só ocorrerá com autorização do Estado.
“As escolas particulares não podem abrir sem autorização do Governo do Estado ou estariam colocando em risco a saúde dos alunos e das famílias. Elas tem que seguir a orientação do Governo e não podem simplesmente abrir. É uma questão de saúde”, disse Feder.
Aulas remotas
Mais de 90% do total de um milhão de alunos matriculados na rede pública de ensino têm contato com, pelo menos, uma ferramenta de educação. “Desde que a quarentena entrou em vigor, o governador Ratinho Jr estava muito preocupado com a educação dos jovens. Nossa estratégia foi fazer algo que não dependesse totalmente do computador e da internet, porque elas chegam para cerca de 50% dos alunos. Com isso, as aulas remotas foram pensadas como um tripé: o primeiro é a televisão, que está presente em 90% dos lares, depois é o celular, por meio de uma parceria com o Google, o chamado Google Classroom, usada pelo mundo todo na área da educação, em uma sala virtual, sem internet, o último pilar que é o Aula Paraná, um aplicativo do Estado que permite que o aluno use o material sem consumir o pacote de dados do celular”, detalhou.
Entre a principal dificuldade, está a de ausência de e-mail dos alunos e a falta de habilidade com os aparelhos. “A aula remota é nova tanto para os profissionais da rede, que são os professores, quanto para os alunos. Hoje está fazendo um mês do início dessas aulas, todos tivemos dificuldade. Para acessar, os alunos tinham que ter um e-mail e a data de aniversário, alguns não tinham e-mail, ou o celular tinha alguma configuração específica. Então, é uma ferramenta nova que requer adequação. Tudo foi melhorando com o tempo”, defendeu o secretário.
Nesse primeiro mês, alunos que ainda não conseguiram acompanhar as aulas terão os materiais impressos pela escola de origem. “A principal dificuldade de quem ainda não fez as aulas é por causa do celular, que é da mãe ou do pai e são usados por eles para trabalho. Nesse caso, esses alunos terão as atividades entregues pela escola, junto com a merenda, de quinze em quinze dias. Também estamos permitindo, desde que respeitado o número de estudantes, o uso do laboratório”, explicou Feder.
Dias letivos
As aulas remotas foram autorizadas pelo Conselho Estadual de Educação para que tenham validade de dia letivo. “Não haverá, diante disso, reposição de aula tanto para o professor quanto para o aluno. A autonomia sobre como essas aulas vão acontecer é do município”, disse o secretário de Educação.
Com isso, a carga horária de 4 horas e meia por dia não será afetada, segundo o secretário de Educação. “Temos as aulas remotas e as atividades que juntas devem ter o horário da carga”, finalizou.
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