Pandemia muda a rotina e impõe novos desafios para servidores da Unila
Há mais de 45 dias, a UNILA instituiu o teletrabalho e limitou o acesso aos seus prédios. Com isso, mais de 900 servidores – entre técnico-administrativos e docentes – foram desafiados a reinventar sua relação com o trabalho.
A pandemia de Covid-19 mudou o dia a dia de trabalhadores de muitos setores da sociedade. De uma hora para outra, e sem a possibilidade de fazer muito planejamento, milhares de organizações precisaram adaptar suas rotinas de trabalho a uma nova realidade. No serviço público não foi diferente. Na UNILA, a necessidade do isolamento social para evitar o contágio do novo coronavírus suspendeu as atividades acadêmicas e colocou as unidades administrativas em home office.
No dia 18 de março, há mais de 45 dias, a UNILA instituiu o teletrabalho e limitou o acesso aos seus prédios. Com isso, mais de 900 servidores – entre técnico-administrativos e docentes – foram desafiados a reinventar sua relação com o trabalho, implantando novas rotinas, adotando mecanismos de comunicação e trabalho a distância, para manter as atividades da instituição em funcionamento.
“O que temos vivenciado é a manutenção das atividades administrativas e inclusive melhorias constantes nos procedimentos. Sabemos que a quarentena afeta em alguma medida a todos, mas temos nos esforçado para minimizar esse impacto para os servidores e para a instituição. A gestão da UNILA está constantemente buscando novas formas de conciliar o trabalho remoto com a qualidade de trabalho, e isso só é possível em razão do esforço contínuo de muitas pessoas”, avalia o pró-reitor de Gestão de Pessoas, Thiago Moreno.
Na Universidade, seguem em operação, presencialmente, diversas ações de enfrentamento ao coronavírus, incluindo a manutenção do internato do curso de Medicina, a produção de álcool gel, destilação de bebidas alcoólicas, impressão 3D, estudos para diagnóstico e tratamento e a testagem de Covid-19, bem como as atividades essenciais ao funcionamento da instituição. De maneira remota, todas as demais atividades administrativas estão em andamento, bem como as bancas de teses, dissertações, TCCs e, dentro do possível, os 477 projetos de pesquisa, 211 projetos de Iniciação Científica e as 151 ações de extensão.
Quando o escritório é a sala de casa
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Longe dos escritórios e das salas de aula, o espaço de trabalho é, em muitos casos, compartilhado com a família. A assistente em administração Juliana Locks Bernartt divide o escritório – ou seja, a sala de casa – com os filhos: Miguel (4 anos) e Fernanda (1 ano e meio). “Não tem sido fácil. Toda essa situação de caos na saúde, na economia, na política, tem mexido demais com meu psicológico. Ter a responsabilidade de educar duas crianças, ser produtiva no trabalho, dar conta dos afazeres domésticos e ainda manter a saúde mental, tem sido um grande desafio. Mas sigo um dia de cada vez, tentando diminuir expectativas e dando meu melhor”, salientou a servidora lotada na Coordenadoria de Compras, Contratos e Licitações (CCCL-PROAGI). O marido de Juliana trabalha no comércio e já voltou para as atividades presenciais.
Para Juliana, manter um diálogo aberto com chefias e colegas foi essencial para se acostumar ao novo modelo de trabalho. “Nosso chefe tem ciência do desafio que é trabalhar em casa tendo duas crianças em tempo integral. Conversar com colegas e amigas que também estão passando por situações semelhantes também ajuda bastante”, completou.
Oportunidade para novos aprendizados
E como fica o dia a dia de quem está acostumado a trabalhar rodeado de alunos? A técnica de Laboratório Paula Santos ainda desenvolve algumas atividades no campus da UNILA, com as equipes dos projetos de combate à Covid-19. Mesmo assim, diz que sente muita falta do contato diário com os discentes.
“Está sendo uma fase de adaptação ao teórico do nosso trabalho. Não deixa de ser válido porque estou aprendendo a usar ferramentas novas na área de tecnologia, em que eu não tinha muito tempo pra me dedicar. O que me faz muita falta é o contato direto com os colegas e principalmente com os alunos. Mas tudo é aprendizado e, quando voltarmos, nosso conceito de mundo será outro”, contou. Com menos tempo dedicado às aulas em laboratório, os técnicos estão trabalhando em especificações de equipamentos para futuras compras e na organização do almoxarifado virtual.
Já o professor Francisney Nascimento diz que consegue acompanhar muitas atividades, como projetos de pesquisas e orientações a alunos, por meio de plataformas de videoconferência. “Tive que me acostumar. Arrumei um espaço razoável em casa e, como ainda não tenho filhos, estou conseguindo manter praticamente o mesmo horário que trabalhava na Universidade. A vantagem que tenho visto é que de fato há um tempo considerável que se gasta em transporte todo dia. Também trabalhando em casa não tenho interrupções normais de outras tarefas que ocorrem no dia a dia da Universidade e consigo trabalhar mais focado”, salientou.
Na UNILA, o período de trabalho remoto ainda não tem data para terminar. Porém, servidores já conseguem vislumbrar algumas lições que poderão ser tiradas desse período. “Um dia o isolamento social irá finalizar, mas a experiência, as novas ferramentas, a relação de confiança do trabalho nunca mais serão as mesmas. É importante lembrar no dia do trabalho que são os servidores que constroem a UNILA e que o isolamento nos deixará mais fortes e com a certeza de que a implantação do trabalho remoto fora da epidemia é viável”, colocou Thiago Moreno.