Com a alta procura global por esse tipo de equipamento, a alternativa simplificada pode ser uma importante aliada para os profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia, com o custo consideravelmente menor do que os modelos mais completos disponíveis no mercado, que chegam a R$ 80 mil, e com produção predominantemente nacional. “É importante deixar claro que estamos falando de uma solução emergencial, comparada aos primeiros modelos produzidos no mundo, mas em países como Itália e Espanha muitas pessoas morreram pela falta de um respirador”, explica Rolf Satake, engenheiro eletricista e coordenador do projeto por parte do PTI-BR.
Protótipo avaliado
O grande desafio agora é correr contra o tempo para obter as certificações e homologações necessárias para que o equipamento possa entrar em operação nas unidades de terapia intensiva dos hospitais. Este trabalho de validação junto aos órgãos competentes, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), está sendo realizado pelo PTI-BR em parceria com outras instituições como a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e o LACTEC, instituto privado de pesquisas tecnológicas, localizado em Curitiba (PR).
Com o protótipo validado, a produção em escala não deve ser um problema, visto que foi montada uma cadeia de fornecedores 70% regional com apoio do Sistema Regional de Inovação (SRI), uma rede de atores que interage para promover um ambiente favorável à inovação para o desenvolvimento regional. Além disso, a fabricação das válvulas pneumáticas – consideradas o “coração” do respirador – é a grande especialidade da Indústria Schumacher, que calcula que até 20 respiradores podem ser fabricados por dia, conforme a necessidade. “O propósito do projeto não é visar lucro e venda em grande escala, mas sim proporcionar à comunidade uma solução em forma de projeto aberto que seja eficiente e possa ser produzido em diferentes regiões, neste momento emergencial de pandemia”, complementa Rolf Satake.
Como surgiu o projeto?
Para ajudar nessa e em outras questões relacionadas ao projeto, o PTI-BR passou a prestar o apoio tecnológico necessário para o aperfeiçoamento do protótipo, com a mobilização de diversas instituições de pesquisa para atividades como o mapeamento de fornecedores locais de sensores e componentes eletrônicos, e soluções para viabilizar a produção em massa durante este período.
Situação em Foz do Iguaçu e no Paraná
Em Foz do Iguaçu, os dois principais hospitais no enfrentamento ao Covid-19 (Hospital Municipal Padre Germano Lauck e Hospital Ministro Costa Cavalcanti) somam atualmente 158 equipamentos disponíveis, um acréscimo de 63 aparelhos, que foram adquiridos ou consertados para reforçar este período de pandemia.
De acordo com dados da Secretaria da Saúde do Paraná, até o dia 9 de abril os hospitais do Estado contavam com 3.792 respiradores. Outros equipamentos, adquiridos pelo Governo Federal, devem ser repassados em breve para os hospitais paranaenses.