É difícil acreditar que um hotel que hospedou 125 mil pessoas no ano passado, numa das cidades que mais recebem turistas no mundo, esteja vazio desde o dia 22 de março. Portas fechadas, ninguém na recepção, silêncio nos corredores. “Desde que abrimos o hotel em Foz do Iguaçu, há 11 anos, nunca passamos por isso,” comenta o gerente comercial dos Hotéis Viale, Luciano Ferreira. A cena causada pelos efeitos da pandemia de COVID-19 (Coronavírus) certamente é histórica e a esperança é que uma nova fase se inicie em breve. “Há um esforço diário pela retomada da atividade,” diz ele.
O parque hoteleiro de Foz do Iguaçu está entre os cinco maiores do Brasil, com 30 mil leitos, de acordo com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Foz do Iguaçu (Sindhotéis). Assim que um decreto municipal determinou o fechamento dos hotéis, no mês passado, a decisão foi intensificar manutenções e reformas internas nas duas unidades do Grupo Viale. “Estão sendo feitos reparos nos quartos e nos banheiros, agendamos dedetização completa e iniciamos a higienização geral dos aparelhos de ar-condicionado,” conta Fernando Higa, gerente do Viale Tower Hotel, no centro.
Na outra unidade, que fica na única via de acesso às Cataratas do Iguaçu, os procedimentos se repetem. “Mantivemos uma equipe de trabalho que cuida especificamente da higienização dos móveis e objetos dos quartos e das áreas de convívio,” informa o gerente do Viale Cataratas Hotel e Eventos, Lee Chih Li. Esses procedimentos de higienização se tornaram mais detalhados ainda em janeiro, quando foram divulgadas as primeiras notícias sobre a COVID-19. Houve reforço nos estoques de álcool gel e compra de máscaras.
Com os hotéis fechados, foi concluída a substituição dos colchões dos apartamentos, dando início a uma ação solidária relacionada ao enfrentamento à COVID-19: quase 60 colchões tamanho casal foram repassados ao grupo de voluntários “Pró-Heróis Coronavírus” que presta apoio aos profissionais de saúde do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu (em 20/04, Foz do Iguaçu tinha 38 casos confirmados da doença). Fernanda Fedrigo, uma das voluntárias responsáveis pelo grupo, reforça a importância da solidariedade nesse momento. Segundo ela, 25 colchões ficarão nos alojamentos do hospital e os demais serão entregues a famílias que necessitam.
Alimentos acondicionados nas cozinhas dos hotéis também foram repassados ao grupo que apoia profissionais da saúde e a funcionários. Os galões de óleo de cozinha usado – que normalmente é vendido como forma de agregar receita – foram doados ao Rotary Clube Foz do Iguaçu Cataratas para que voluntários fabriquem barras de sabão para doação a quem precisa.
Estímulo a remarcações
Desde fevereiro, com a escalada crescente de pedidos de cancelamentos de hospedagens, o setor de reservas do hotel passou a adotar medidas mais flexíveis, facilitando a remarcação. A agenda foi aberta até 2021, as tarifas prorrogadas e os valores pagos podem se transformar em créditos para uso futuro. Atualmente, o setor se mantém atuante para atender hóspedes e parceiros que compartilham das mesmas incertezas que rondam o mundo inteiro. Enquanto não há previsão concreta da volta às atividades, a rede hoteleira aproveita para investir na infraestrutura e tornar os hotéis ainda melhores para o retorno dos hóspedes.
Assessoria