Em Foz do Iguaçu, cerca de 3 mil pessoas já foram demitidas desde o fechamento do comércio, no dia 18 de março, devido a Covid-19. A informação é De Faisal Ismail, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, (ACIFI). Segundo ele, a previsão é de que o número total de demissões fique entre 6 e 20 mil se o comércio seguir fechado.
“O que nós temos é extra-oficial, em torno de 3 mil demissões acontecidas e algumas sinalizadas para a próxima semana, de cerca de mais três mil” informou Ismail. “Isso vai virar uma avalanche, passando a próxima folha de pagamento, se não há movimentação financeira, não tem como atribuir salário” argumentou ele. “Existe uma estimativa, em um cenário mais otimista, de 6 mil demissões e em um cenário mais pessimista, de 20 mil demissões” disse.
Petição para reabertura
A ACIFI encaminhou uma petição para a prefeitura e o Ministério Público nesta quarta-feira, 15, exigindo a reabertura gradual do comércio. A entidade também pede que a reabertura seja com isonomia, ou seja, que todos os estabelecimentos possam reabrir, desde que sigam orientações de segurança.
A entidade solicita reabertura das atividades comerciais, industriais e de serviços em geral, desta vez limitada a 30% da capacidade de ocupação prevista no projeto técnico de prevenção a incêndio e desastre aprovado pelo Corpo de Bombeiros. O limite indicado nos pedidos anteriores da entidade era de 50%.
A solicitação da entidade está embasada no que dispõe o Ministério da Saúde, que em 6 de abril sugeriu que as medidas de isolamento devem ser proporcionais à realidade apresentada em cada região, observando o cenário epidemiológico (transmissão da doença) e a capacidade da rede pública.
Conforme o Ministério da Saúde, desde segunda-feira (13), “os municípios e estados do país que não tiveram ultrapassado o percentual de 50% de ocupação dos serviços de saúde, após a pandemia de coronavírus, podem iniciar uma transição para um formato onde apenas alguns grupos ficam em isolamento”.
Críticas ao Poder Público
O presidente da ACIFI emitiu críticas ao poder público em Foz do Iguaçu. Segundo ele, as decisões em Foz do Iguaçu deveriam ser mais sérias, pois está atingindo cerca de 60 mil trabalhadores, e cerca de 10 mil CNPJ e cerca de 15 mil MEIs.
“Nós temos que tomar decisões mais sérias, e não estamos enxergando isso no poder público” ressaltou. “Não estamos falando só de ACIFI, é uma questão do município, essa roda de trabalho envolve mais de 85 mil pessoas, e é nisso que estamos pensando” salientou. “O que nós queremos entender qual é o posicionamento em relação a reabertura, voltar a nossa vida gradual, com toda a segurança, com toda a prevenção” reivindicou.
Faisal também criticou a data estabelecida para o pagamento dos impostos, que foram prorrogados por 90 dias para pagamento em junho. “Eles vão cair na mesma data em junho, como é que uma pessoa vai pagar três impostos em uma data só, já entramos com uma demanda pedindo uma revisão, se não inviabiliza ninguém voltar a trabalhar” informou.
Prefeito diz que decisão é técnica
O prefeito Chico Brasileiro disse em entrevista à Rádio Cultura que todas as decisões foram técnicas. E que só decidiu por não reabrir o comércio na última segunda, 13, como estava previsto devido ao caso de transmissão comunitária.
“Todas as nossas decisões estão amparadas em pareceres técnicos, é justo que o empresariado tenha essa preocupação, que o trabalhador também tenha, pois atinge a todos” defendeu o prefeito. Ele afirma que manter o decreto para fechamento do comércio não é decisão política. “Isso não é posição que a gente disputa quem é que tem razão, é decisão eminentemente, estritamente técnica, científica” argumentou.
O prefeito alega que para a reabertura do comércio é necessário ampliar o número de testes para coronavírus. “Não temos ainda, mesmo que tenha tido uma evolução, o Costa Cavalcanti e a Itaipu está contribuindo muito, mas o número de exames para essa estratégia ainda é insuficiente, o município comprou os exames rápidos, mas não chegou ainda” ressaltou o prefeito.
As entrevistas foram ao ar no Programa Contraponto – A voz do povo. Veja na íntegra a partir dos 25 minutos de vídeo:
https://www.facebook.com/radioculturafozdoiguacu/videos/693569914721577/