O grupo de cerca de 170 paraguaios que deixou Foz do Iguaçu na tarde de sábado, 28, denunciou as condições de alojamento em Ciduad del Este. Segundo o grupo, o local onde foram isolados para a quarentena não oferece condições de segurança e que estariam correndo riscos de serem infectados pelo novo coronavírus.
Os paraguaios, que estavam em um hotel em Foz do Iguaçu, foram transladados até o Quilômetro 8 de Ciudad del Este. Eles foram alojados em uma casa de retiro para cumprir 14 de quarentena obrigatória.
Em entrevista ao Jornal Última Hora, uma mulher denunciou as condições do alojamento. Segundo ela, todos estão no mesmo quarto, com as camas próximas. “Não estamos protegendo ninguém, não há distanciamento social. Tem pessoas que tem sintomas e está em um dos pavilhões. É uma loucura, querem que seja um efeito dominó. Um cai, e todos caímos” reclamou. Eles reivindicam um espaço fechado por pessoa. “Aqui todo mundo está desesperado, é crítica a situação” garantiu a mulher.
O grupo ainda reclama da falta de ventilação no local e as janelas estão lacradas. Os pavilhões tem entre 40 e 80 camas, todas próximas uma das outras. Só há um refeitório que não está dando conta da quantidade de pessoas. Os paraguaios reclamam que é impossível cumprir com o isolamento social, sendo que estão aglomerados. Além disso, eles dizem que não tem espaço ao ar livre com acesso a luz solar.
No mesmo espaço estão homens, mulheres, inclusive gestantes e lactantes, crianças. Os paraguaios redigiram um documento endereçado do Ministro de Saúde, Julio Mazzoleni pedindo providências. “Devemos recordar que essa enfermidade é assintomática, portanto não é possível assegurar que nossa saúde está resguardada” diz o documento.
O Jornal tentou contato com autoridades sanitárias, porém não houve respostas. Mas, durante a tarde de sábado, 28, 56 pessoas foram transladados a uma outra acomodação, no Quilômetro 11 de Ciudad del Este.
Fonte: Jornal Última Hora