Um Lobo-Guará resolveu passear por Foz do Iguaçu no último sábado. O animal, que é ameaçado de extinção, estava no Parque Presidente II, ao lado da BR 277, próximo ao CTG Charrua.
Ele foi sedado e resgatado pelo Batalhão da Polícia Ambiental, com apoio do Projeto Onças do Iguaçu, dentro de um banheiro no SEST SENAT.
Após o resgate, o lobo passou por exames e foi solto no Corredor Ecológico de Biodiversidade Santa Maria, em Santa Terezinha de Itaipu.
Lobo-Guará
O lobo-guará (nome científico: Chrysocyon brachyurus) é uma espécie de canídeo endêmico da América do Sul e único integrante do gênero Chrysocyon. Provavelmente, a espécie vivente mais próxima é o cachorro-vinagre (Speothos venaticus). Ocorre em savanas e áreas abertas no centro do Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia, sendo um animal típico do Cerrado. Foi extinto em parte de sua ocorrência ao sul, mas ainda deve ocorrer no Uruguai.
É o maior canídeo da América do Sul, podendo atingir entre 20 e 30 kg de peso e até 90 cm na altura da cernelha. Suas pernas longas e finas e a densa pelagem avermelhada lhe conferem uma aparência inconfundível. O lobo-guará é adaptado aos ambientes abertos das savanas sul-americanas, sendo um animal crepuscular e onívoro, com importante papel na dispersão de sementes de frutos do cerrado, principalmente a lobeira (Solanum lycocarpum).
Solitário, os territórios são divididos entre um casal, que se encontra no período do estro da fêmea. Esses territórios são bastante amplos, podendo ter uma área de até 123 km². A comunicação se dá principalmente através de marcação de cheiro, mas também ocorrem vocalizações semelhantes a latidos. A gestação dura até 65 dias, com os recém-nascidos de cor preta pesando entre 340 e 430 g.
Apesar de não ser considerado em perigo de extinção pela IUCN, todos os países em que ele ocorre o classificam em algum grau de ameaça, apesar de não se saber a real situação das populações. Estimam-se que existam cerca de 23 mil animais na natureza.