Dois anos e nove meses após a morte do empresário Rafael Guebur, de 34 anos, será ouvido pela Justiça nesta terça-feira (10), o policial militar Robson Afonso dos Santos, acusado do homicídio. A audiência será na 9º Vara Criminal, em Curitiba. O PM, que está afastado, aguarda o julgamento em liberdade.
O crime
Segundo o advogado da família da vítima, Ygor Nasser Salmen, Rafael e um amigo decidiram parar em uma casa noturna no Bairro Alto para tomar cerveja. “Era final de festa e eles foram fazer a chamada ‘saideira’, de forma despretensiosa. Ambos estavam indefesos e, quando chegaram no local, foram urinar no muro. Infelizmente, naquela noite, eles se depararam com uma pessoa totalmente alterada, que se irritou com a atitude e agrediu os dois de forma covarde”, disse o advogado.
De acordo com a acusação, o PM Santos espancou Guebur e o amigo com chutes e socos. O empresário morreu no hospital quatro dias depois e o amigo sobreviveu.
Família pede por justiça
A irmã da vítima, Lucimere Guebur, disse que a expectativa da família é ouvir o PM pela primeira vez já que até o momento ele não falou sobre o que teria ocorrido. “Até agora, ele não falou nada, sempre adiando, dando desculpas, não sabemos o que vai falar. Nossa expectativa é que ele seja expulso da corporação e condenado pela morte do meu irmão”, afirmou.
A jovem disse que a família está destruída. “Meu pai é policial civil aposentado e já passou por cirurgias desde então. Minha mãe também está com a saúde abalada. Queremos justiça e a expulsão dele da PM para que não volte a matar. É muito difícil chegar em casa e não encontrar o Rafael. Isso nos destruiu”, completou.
De acordo com Salmen, Santos deve ser ouvido nesta terça-feira, a partir das 15 horas. Após a oitiva, se encerra a instrução e abre-se os prazos para a manifestação da defesa, acusação e Ministério Público.
“Nossa expectativa é que ele confesse o crime até porque todas as provas são claras e evidentes de que foi ele que matou o empresário. E que por fim, seja condenado. Confiamos no Judiciário. Este caso se arrasta e traz sofrimentos para toda a família”, disse o advogado.
Salmen ressalta ainda o trabalho da Corregedoria da Polícia Militar. “A Polícia Militar do Paraná agiu de forma brilhante e impecável deixando claro que houve uma atitude não aceitável pela corporação. Ele não merece manchar a farda da PM e portar uma arma do estado, deve ser excluído, conforme mostra o relatório da PM”, completou.
Fonte: Banda B