A juíza Clara Ruíz Díaz decretou a prisão preventiva de Ronaldo de Assim Moreira, o Ronaldinho, e do seu irmão Roberto de Assis Moreira. O decreto ocorreu após audiência ocorrida na manhã deste sábado, em Assunção. Eles continuarão enclausurados na Agrupácion Especializada da Polícia Nacional enquanto prosseguem as investigações. Ambos chegaram algemados à audiência, embora Ronaldinho tenha coberto as algemas com um pano.
Segundo o promotor Osmar Legal, da unidade especializada de crimes econômicos, a procuradoria havia pedido a ratificação da decisão de manter Ronaldinho e seu irmão detidos no Paraguai, o que foi acatado pela magistrada.
— Pedimos isso porque há perigo de fuga devido aos recursos econômicos que os acusados têm de deixar o país — declarou o promotor à imprensa local, ao final da audiência.
Ronaldinho passou a noite numa cela com seu irmão e outras duas pessoas sem envolvimento no caso: um ex-deputado e o ex-presidente da Associação Paraguaia de Futebol, Ramón González.
Documentos falsos
Segundo o Ministério Público paraguaio, Ronaldinho e seu irmão entraram na quarta (4) no país portando passaportes e cédulas de identidades paraguaios falsos. Os números dos documentos apreendidos pertencem a outras pessoas, que estão detidas. Um dos pontos curiosos do caso é que não é necessário passaporte para ingresso no Paraguai. A dupla poderia entrar com documentos de identidade brasileiros.
A defesa de Ronaldinho e Assis aponta o empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira como responsável por entregar a eles os passaportes falsificados. Ele está em prisão preventiva. Duas mulheres, María Isabel Galloso e Esperanza Apolônia Caballero, donas das cédulas de identidade usadas para a adulteração, também foram denunciadas e estão em prisão domiciliar.
Ronaldinho e Assis estavam no Paraguai a convite de Nelson Belotti, um dos donos do cassino Il Palazzo – que fica no hotel onde os irmãos estavam hospedados – e da empresária Dalia López. Na tarde deste sábado, o MP também pediu a prisão de Dalia por produção e uso de documentos falsos.
Investigação por lavagem de dinheiro
A retificação da Procuradoria Geral do Estado no caso Ronaldinho Gaúcho não apenas deu uma guinada total com a ordem de prisão do ex-jogador e de seu irmão, mas também visa abrir uma nova vantagem, passando do uso de documentos de conteúdo falso para uma investigação para lavagem de dinheiro.
O Ministério Público já enviou pedidos de denúncia a Seprelad (Secretaria de Prevenção de Lavagem de Dinheiro ou Bens) e ao SET (Subsecretaria de Estado e Tributação), que incluem outros até então intocáveis, como a empresária Dalia López. O pedido exige dados fiscais de vários dos responsáveis por trazer Ronaldinho ao nosso país.
Fonte: GaúchaZH/Folhapress/ABC Color/Diário do Centro do Mundo