Em novembro do ano passado a Polícia Federal desencadeou a Operação Andorinhas, esquema de tráfico que contava com a participação de funcionários de aeroportos, inclusive em Foz do Iguaçu. Naquela ocasião, o delegado responsável pela Operação em Foz, Dr. Mário Cesar Leal Junior, disse que a quadrilha sempre utilizava o mesmo esquema. Moças jovens, entre 18 e 24 anos, de classe média, sem passagem pela polícia.
Apesar de, a princípio, não haver ligação entre a jovem paranaense presa no Catar com a Operação Andorinhas, alguns detalhes chamam a atenção. As características, tanto da jovem, que é de Pato Branco, quanto dos outros dois presos no mesmo dia, correspondem às destacadas pelo delegado. Além disso, o aeroporto utilizado para embarcar a droga é o mesmo onde os presos no ano passado mantinham o esquema: Guarulhos, em São Paulo.
Os três jovens, dois do Espírito Santo e a paranaense, embarcaram em Guarulhos. Cada um levava 3 quilos de cocaína, com destino a Bangkok, na Tailândia. A droga era carregada em fundos falsos das malas. A prisão aconteceu no dia 2 de janeiro, quando o avião fez escala no Catar. Os três podem ser condenados a pena de morte, ou, poderão pegar prisão perpétua.
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Inquérito
Em nota, divulgada pelo G1 ES, a superintendência do Espírito Santo da Polícia Federal, afirmou que foi aberto inquérito, a partir da prisão. O objetivo é identificar outros envolvidos com a ação criminosa, principalmente com o recrutamento dos jovens para o tráfico internacional de drogas.
A unidade ainda destacou que “a Polícia Federal aproveita a oportunidade para alertar os jovens para os riscos que envolvem uma ação criminosa que pode parecer simples e lucrativa num primeiro momento, mas com consequências desastrosas para os envolvidos e seus familiares”.
O jornal Diário do Sudoeste entrou em contato com o Itamaraty para questionar quais são as medidas em relação ao caso. No entanto, o órgão informou que “por força das disposições da Lei de Acesso à Informação e do decreto 7.724, e em respeito ao direito de privacidade dos cidadãos, o Itamaraty não pode fornecer informações sobre casos consulares específicos”.
Itamaraty
Ainda de acordo com o jornal, o Itamaraty informo que de 2017 a 2018 foi apresentado um crescente de 18% das prisões de brasileiros no exterior. Ao final de 2018, 3.579 brasileiros permaneciam detidos, destes 1.088 presos cumprindo pena (50,51%); 1045 estavam aguardando julgamento (29,19%); e 726 eram detidos de imigração, em processo de deportação (20,28%).
Com relação aos tipos de crimes praticados pelos brasileiros, o Itamary informou que 295 (16,31%), foram presos por crimes conta a pessoa (homicídio, tentativa de homicídio, latrocínio, agressão e outros crimes contra a pessoa); 224 (12,38%), contra o patrimônio (roubo, furto, vandalismo, fraude, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e outros crimes contra o patrimônio); 93 (5,14%), por crimes sexuais (estupro, tentativa de estupro, abuso sexual de vulneráveis e outros crimes sexuais); 761 (42,09%), por narcotráfico e posse de drogas; 12 (0,66%), garimpo ilegal; nove (0,49%), por prostituição ou proxenetismo e 29 (1,6%) por outros crimes, em especial por contrabando ou posse de armas. O Itamaraty também informou que não possui informações de 385 casos.
Ainda de acordo com informações do Itamarati, os países com mais presos e detidos brasileiros são Estados Unidos (587); Paraguai (403); Espanha (343); Portugal (324); Reino Unido (262); Japão (262); Argentina (126); Guiana Francesa (121); Itália (120) e Uruguai (110).
Com informações do Diário do Sudoeste e G1 ES