A Polícia Federal (PF) prendeu duas pessoas em Foz do Iguaçu suspeitas de Tráfico Internacional de Armas. A prisão foi realizada ontem, quinta-feira, 06, no âmbito da Operação Gun Express. Segundo a PF, as armas eram despachadas via Correios, em Foz do Iguaçu.
De acordo com o Delegado Moraes, a investigação iniciou com a equipe de inteligência da Polícia Federal para identificar possíveis rotas do tráfico de armas. Em seguida, houve aproximação entre a inteligência e os Correios, que informaram que estavam apreendendo armas. No entanto, não havia nenhuma investigação sobre o caso. Foi quando a Polícia Federal passou a trabalhar em parceria com os Correios.
“Nós identificados que as apreensões eram sempre postadas em Foz do Iguaçu, que é a cidade que faz fronteira com o Paraguai, foi quando visualizamos que havia sim um tráfico internacional de armas” explicou o delegado. “As armas saiam do Paraguai, entravam em Foz do Iguaçu, e eram enviadas para o país” afirmou o delegado.
O indicativo de que era o mesmo grupo que enviava as armas foi a forma que elas eram postadas: dentro de equipamentos para a prática de artes marciais. “Todas essas apreensões, as armas estavam dentro de equipamentos de lutas, ali foi o indicativo que era o mesmo grupo que estava enviando todas essas armas” afirmou o delegado.
Mandados cumpridos
No Paraná, além de Foz do Iguaçu, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Santa Terezinha de Itaipu, Missal, Santa Helena e Apucarana. Ao todo foram realizadas 9 prisões. Além das duas em Foz, também teve prisão em Lauro de Freitas, Camaçari e Salvador (BA), São Miguel do Oeste (SC) Natal e Paramirim (RN).
Foram executados também 27 bloqueios judiciais de contas bancárias e aplicações financeiras, bem como sequestro e arresto de bens de 26 pessoas físicas e uma pessoa jurídica, além da constrição judicial de 10 veículos em nome de terceiros. A investigação teve início no primeiro semestre de 2018.
Veja a entrevista coletiva completa:
O grupo criminoso atuava no Paraná, Bahia e Rio Grande do Norte. Os suspeitos atuavam em associação na importação, guarda, remessa e transporte de armas de fogo, acessórios e munições. Todo material teria como destino outros estados, com destaque para a Bahia e o Rio Grande do Norte. A PF chegou também a apreender armas, que eram transportadas escondidas nos tanques de combustíveis de veículos.
Foi identificado que parte do pagamento das armas era feito por intermédio de empresas de fachada controladas por suspeitos da Bahia e do Rio Grande do Norte para dar aparência lícita aos repasses financeiros feitos pelo sistema de transferências bancárias.