A Rádio Cultura conversou com policiais que atuaram com o delegado Erick Busseti em Foz do Iguaçu entre 2006 e 2009. O delegado matou a esposa e a enteada em Curitiba na noite de ontem, quarta-feira, 05. Segundo os profissionais, que não quiseram se identificar, Erick não tinha um bom relacionamento com os colegas de trabalho.
“Era um delegado muito quieto, muito reservado” disse um dos ex-colegas. Além disso, apontaram falhas no trabalho desenvolvido por ele. “Tínhamos que fazer até a parte dele, e levávamos só para ele assinar” relatou o profissional que pediu para não ser identificado.
Em 2009, um processo disciplinar foi aberto contra Busseti em Foz do Iguaçu. No entanto, não consta nenhuma punição em seu histórico. Logo após o processo, o delegado acabou sendo transferido. Ele ainda esteve envolvido em um caso de irregularidade em 2014. Outro processo, que ainda é objeto de apuração, aconteceu em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, quando Busetti prendeu um escrivão da delegacia.
Divórcio pode ter motivado crime
Busseti ficou em silêncio durante o interrogatório na madrugada desta quinta-feira (5), na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Curitiba. Ele só vai se manifestar diante da Justiça. De acordo com a delegada Camila Cecconello, vizinhos informaram que Busetti e a esposa, a escrivã da Polícia Civil Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, discutiram durante a tarde. os dois estavam em processo de divórcio.
“Eles discutiram à tarde, o delegado Erik foi embora e voltou à noite. Não sabemos se as duas estavam na sala no momento em que ele chegou. As duas estavam abraçadas. A mãe sobre a filha, talvez tentando protegê-la, mas só a perícia vai apontar se houve ou não chance de defesa e se elas foram surpreendidas ou não”, afirmou a delegada.
Quando os socorristas chegaram, Maritza e a filha Ana Carolina Souza já estavam mortas. O marido deu pelo menos quatro tiros contra as duas. As duas estavam abraçadas. A mãe sobre a filha, talvez tentando protegê-la, mas só a perícia vai apontar se houve ou não chance de defesa e se elas foram surpreendidas ou não”, afirmou a delegada.
Presidente do Sindicato quer delegado na cadeia
O presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná, o Sinclapol, Kalmin Salmen, fez um desabafo sobre a morte da escrivã de polícia Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos,e da enteada dela, de 16.
“É um crime brutal e não tem uma justificativa que seja para isso. Um cidadão, que trabalha com adolescentes, não pode fazer isso. Não tem loucura e nada será provado. Estamos todos indignados e revoltados com este cidadão, que não demonstrou conhecimento e cautela e, de forma brutal, tirou a vida de duas pessoas, sem lhes dar qualquer chance de defesa”, desabafou Salmen, em entrevista na tarde desta quinta-feira (5).
Salmen chamou o delegado de covarde e disse que ele era alguém difícil de se trabalhar. “Um covarde que deixou uma cena de horror e vamos lutar para que ele passe o resto da vida na cadeia. O que a gente sabe sobra o passado dele é que defendemos um escrivão que teve um problema com este delegado, que maltratava algumas pessoas que trabalhavam com ele. Então, era uma pessoa que poderia ter sido expulsa ou afastada até antes”, contou.
O presidente garantiu que o Sinclapol não vai sossegar até que a justiça seja feita e o delegado condenado e expulso da corporação. “Vamos até o fim. Ele sabia o que fazia e não estava em surto, tanto que executou duas pessoas e levou a filha para o vizinho. Disse que ia se matar, mas nem para isso teve coragem”, concluiu o delegado.
Com informações da Banda B