Em Sessão Extraordinária realizada nesta quinta-feira, 27, os vereadores de São Miguel do Iguaçu votaram pela cassação da vereadora Flávia Dartora (Republicanos). Em reunião que durou aproximadamente três horas e meia, a votação foi de 6×2 votos. A investigação foi proposta pelo morador do município, Volmer Roberto Tschinkel. Ele protocolou o pedido de cassação do mandato da vereadora argumentando que ela havia sido citada durante a Operação W.O., onde a própria Câmara foi alvo de busca e apreensão.
A operação teve como alvo uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações no município. Os alvos do trabalho atuam na venda de pedras e locação de caminhões e máquinas para transporte de pedras. Também há suspeita relacionada à empresa que prestou serviço no CITEL (Centro Integrado de Trabalho, Educação e Lazer) por aproximadamente cinco anos, com prorrogações contratuais de licitação que ocorreu em 2013. De acordo com a polícia, as empresas suspeitas firmaram contratos de aproximadamente R$ 19 milhões entre os anos de 2013 e 2019 com a prefeitura.
Na Sessão, foi realizada a leitura da denúncia feita por um munícipe, que originou a abertura do processo de cassação, e também a conclusão do trabalhos da Comissão Processante, que pedia a não cassação da vereadora. Na sequência os edis tiveram espaço de até 15 minutos para seus posicionamentos.
Depois, a defesa, através do advogado Ijair Vamerlatti, apresentou seus argumentos em pouco mais de uma hora. Por fim, aconteceu a votação dividida em duas partes, julgando duas situações: quebra de decoro parlamentar e obtenção de vantagens indevidas. As duas votações tiveram o mesmo resultado: 6×2.
Votaram a favor da cassação: Alfredo Junior Mendes (PR), Ari Luiz Jarczewski (PPL), Eliseo Marciano Presa (PSDB), Lafaiete Ganda Meira (PSDB), Vanderlei dos Santos (PSDB) e o segundo suplente da vereadora, Elton Somavila (PR).
Votaram contra a cassação: Francisco Machado Mota (SD) e Silvio Marcos Murbak (SD).
Além e perder o mandato, a vereadora também tem seus direitos políticos suspensos por oito anos. O Advogado de defesa da vereadora, Ijair Vamerlatti argumentou que a decisão da Câmara foi política, e não técnica. Ele disse ainda que a defesa vai recorrer na justiça.
O relator da Comissão, vereador Silvio Marcos Murbak, comentou o trabalho feito e explicou o relatório apresentado. Ele também comparou o seu posicionamento contrário à cassação a uma situação vivida por ele em 2018, quando acabou sendo alvo da Operação Rota Oculta da polícia, mas na oportunidade, os vereadores não aceitaram uma denuncia feita contra ele, que pedia também uma investigação.
Representando a Câmara, o vice-presidente, vereador Professor Ari, explicou como vai ficar a situação a partir de agora na Casa de Leis. Como relator da Comissão Processante no início dos trabalhos, ele lembrou algumas denúncias apresentadas contra a vereadora cassada e outras denúncias anteriores de munícipes, que justificam o voto pela cassação. Por fim, analisa como fica o cenário político para as eleições municipais sem a presença da Flavia Dartora, já que os direitos políticos também estão cassados.
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Fonte: Costa Oeste News