Um vídeo divulgado nesta segunda de carnaval, 24, mostra o momento em que uma menina de seis anos chora ao ter os punhos amarrados e ser presa em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos. O caso ocorreu em setembro, mas só agora as imagens foram compartilhadas pela família de Kaia Rolle com veículos de comunicação.
O vídeo foi capturado por uma câmera presa ao corpo do policial Dennis Turner. Ele e um companheiro foram chamados após a menina se desentender com funcionários da escola. Turner foi demitido pouco tempo depois de prender a pequena.
https://youtu.be/ag-aix3b8io
As imagens mostram o momento em que o colega dele se aproxima com um laço e prende os pulsos de Kaia. “Para que serve isso?”, pergunta a menina. A resposta do policial: “São para você”. Ela começa a chorar.
“Me ajudem, me ajudem, por favor!”, implora Kaia, em lágrimas. Enquanto é levada para uma viatura, pede: “Eu não quero entrar em um carro de polícia.”
“Você não quer entrar?”, questiona um dos policiais. “Você tem que entrar.”
“Por favor, me dê uma segunda chance”, pede Kaia.
Em seguida, no vídeo é possível ver o policial levantando a garota aos prantos e a posicionando no banco traseiro da viatura. Ele coloca o cinto de segurança nela.
Pouco tempo depois, Turner volta para o escritório dentro da escola para conversar com seus administradores. Eles parecem chocados com a cena.
O policial diz a eles que o centro de detenção juvenil para o qual estavam levando Kaia ‘não é como eles pensam’. Ele disse, ainda, que já havia efetuado mais de seis mil prisões, incluindo uma criança de sete anos de idade.
Quando um dos funcionários da escola informa que Kaia tem seis anos, ele responde: “Ela quebrou o recorde.”
Com a palavra, a polícia de Orlando
O chefe da Polícia de Orlando, Orlando Rolon, disse à época que Turner, um oficial da reserva, não seguiu o regulamento de solicitar a aprovação de um supervisor para prender uma criança menor de 12.
Turner trabalhou na unidade da reserva da Polícia. Esta é constituída principalmente por policiais aposentados que recebem por trabalho extra.
A ronda escolar da Flórida ficou sob o escrutínio da opinião pública após um atentado a tiros em uma escola em 2018.
Jeff Kaye, presidente da companhia de segurança escolar da School Safety Operations Inc. na Califórnia afirmou à agência de notícias que os funcionários da escola poderiam ter agido melhor se tivessem entrado em contato com os pais da menina ou com um conselheiro tutelar em vez de ligar para a Polícia.
“Se todos estão em segurança, respire fundo, faça as coisas com calma e tome decisões sensatas”, disse Kaye. “Não consigo achar motivo algum para prender uma criança de seis anos. Mas digo isso com base em meu treinamento, não no treinamento dos outros.”
A Polícia de Orlando informou que Turner também prendeu um menino de seis anos em outra escola no mesmo dia da prisão de Kaia. No entanto, o processo foi interrompido por superiores de Turner antes que a prisão se concretizasse.
Fonte: O Tempo