O governador Carlos Massa Ratinho autorizou nesta terça-feira (18) a liberação de R$ 5 milhões para reforçar o apoio ao combate à dengue no Estado. Os recursos serão distribuídos entre os 118 municípios do Paraná que se encontram em situação de alerta ou de epidemia da doença, com os valores variando entre R$ 15 mil e R$ 200 mil.
Os recursos, explicou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, serão usados exclusivamente em ações relacionadas à dengue, para ajudar no chamado manejo clínico. “Para o munícipio contratar mais um médico temporariamente, uma ou duas enfermeiras… Enfim, fazer tudo aquilo que possa ajudar a população doente”, afirmou.
Ele lembrou ainda que o Ministério da Saúde autorizou também nesta semana o repasse de uma nova quantidade de insumos para o tratamento da doença no Paraná. O estoque será capaz de atender até 100 mil casos.
“Não esmorecemos. Estamos diariamente em combate ao mosquito, acompanhando os números para balizar nossas decisões e estratégias contra a dengue”, disse Beto Preto. Ele lembra que o sorotipo cirulante no Estado é o DEN2, que representa 83% das infecções. “Praticamente não há imunidade na população do Paraná para este sorotipo”, alerta Beto Preto.
FORÇA-TAREFA – Durante reunião do Comitê Intersetorial de Controle da Dengue, o secretário reforçou a necessidade de cuidados e envolvimento da sociedade no controle aos criadouros do mosquito, uma vez que 90% deles é removível. Preto informou que estão previstos novos mutirões de limpeza e orientação naquelas cidades em que os índices da enfermidade estão subindo, especialmente na Região de Paranavaí, na 14ª regional de saúde.
A ideia é repetir a estratégia usada com sucesso em Nova Cantu, Quinta do Sol, ambas na Região Centro-Oeste, e Florestópolis, no Norte. Primeiras cidades do Paraná a decretar situação de epidemia, os três municípios conseguiram controlar a incidência da doença após a intervenção direta da secretaria.
A força-tarefa, disse Beto Preto, contará com o apoio de profissionais especializados em dengue que serão deslocados temporariamente de outras regionais do Estado para atuar nos municípios mais críticos. “Serão varreduras nas áreas epidêmicas, reforçando que o combate se dá com o fim dos pontos focais de proliferação do mosquito”, afirmou Beto Preto.
As ações serão completadas com mutirões nos perímetros de prédios públicos, como delegacias, hospitais, pátios do Detran, prefeituras e secretarias. Durante o feriado de carnaval, as policias Militar, Civil e Rodoviária Estadual atuarão juntas na orientação e distribuição de panfletos educativos nas estradas, praias e cidades turísticas. “Estamos todos juntos nesta luta”, reforçou o secretário.
NOVO BOLETIM – Boletim da dengue divulgado nesta terça-feira (18) pela Secretaria de Estado da Saúde registrou 26.692 casos confirmados de dengue no Paraná, cerca de 30% a mais do que na semana anterior (20.563). Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento é de 6.657%.
São 78 cidades em situação de epidemia e 40 em alerta. Paranavaí foi quem registrou o maior número de infecções (1.123), seguido por Foz do Iguaçu (503) e Bandeirantes (276).
Também ocorreram dez óbitos por dengue no período, totalizando 23 mortes desde o início do monitoramento por parte da secretaria, em 28 de julho de 2019. Os óbitos acometeram principalmente pessoas idosas e portadoras de outras doenças associadas, nos municípios de Alto Paraná (2), Foz do Iguaçu, Medianeira, Douradina, Xambrê, Terra Rica, Santa Mônica, Sarandi e Maringá.
SINAIS – A dengue apresenta-se na forma clássica, com febre alta súbita, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, náuseas, tonturas e extremo cansaço, entre outros.
Quando o caso evolui, mostra os chamados sinais de alarme, como dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes, palidez, sangramentos pelo nariz, boca e gengivas.
Normalmente os sinais de alarme ocorrem entre o terceiro e o quinto dia da infecção, o chamado período crítico da dengue. Tratado corretamente, com hidratação e medicação sintomática, a maioria segue para cura.
MOSQUITO – O Aedes Aegypti se reproduz em água parada, limpa ou suja. Os ovos depositados pela fêmea do mosquito ficam viáveis por um ano, por isso a necessidade de eliminação dos focos.
Entre as medidas que devem ser dotadas no nosso cotidiano estão: tampar as caixas d´água e colocar tela no respiro; manter as calhas limas; deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo; manter lixeiras bem tampadas; deixar os ralos limpos e também protegidos com tela; não deixar água nos vasos de planta e verificar sempre o recipiente de degelo do refrigerador e do ar condicionado.
AEN