Fonte: Itaipu Binacional
Os cuidados empreendidos pela Itaipu Binacional para a segurança hídrica do reservatório e a conservação da biodiversidade são essenciais para a geração de energia, defendeu o diretor-geral brasileiro da empresa, general Joaquim Silva e Luna. Nesta terça e quarta-feira (21 e 22), ele fez um tour por terra e ar na região da usina, e também de barco no reservatório, acompanhado do diretor de Coordenação, general Luiz Felipe Carbonell, e técnicos da binacional.
O roteiro incluiu Canal da Piracema, Refúgio Biológico Bela Vista, faixa de proteção do reservatório, projetos de aquicultura e reciclagem (ambos em Santa Terezinha de Itaipu), aldeias indígenas do Añetete e Itamarã (em Diamante D’Oeste) e balneário de Santa Helena. A programação também incluiu sobrevoo de helicóptero do reservatório, áreas protegidas, microbacias hidrográficas recuperadas e áreas agrícolas com ações de conservação de solos, além do Corredor de Biodiversidade Santa Maria.
“Para muita gente, a relação com energia é acender a luz apertando um botão. Elas desconhecem todo o caminho que a eletricidade percorreu e todo o trabalho que tem por trás disso”, disse o diretor. “A missão de Itaipu é gerar energia com qualidade. E as pessoas precisam saber o que isso significa. Todo esse cuidado com a água e o meio ambiente é reflexo dessa missão”, completou.
Durante o percurso, o diretor teve a oportunidade de se encontrar com os prefeitos de Santa Terezinha de Itaipu, Cláudio Eberhard; de Diamante D’Oeste, Guilherme Pivatto Junior; e de Santa Helena, Evandro Miguel Grade (Zado), além de lideranças de pescadores, catadores de recicláveis e indígenas, com quem reforçou o compromisso da empresa de seguir trabalhando em parceria, em prol do desenvolvimento territorial.
Além do meio ambiente, as ações da empresa têm impactos sociais positivos. Formada em 2004, a Associação dos Catadores de Resíduos Recicláveis e Reaproveitáveis (Acaresti), com apoio da empresa e da prefeitura, processa 120 mil quilos de material reciclável por mês.
Reconhecido com diversos prêmios, o projeto é considerado referência, pois permite a reciclagem de mais de 70% do lixo do município. Para o trabalhador, o projeto garante dignidade, uma renda mensal média de R$ 1.700 e o reconhecimento profissional pela atuação como agente ambiental.
Outro grupo vulnerável, o dos pescadores artesanais, também consegue garantir uma renda familiar mínima graças ao apoio da Itaipu. O Ponto de Pesca 5, em Santa Terezinha, é um dos 45 em atividade na margem brasileira do reservatório. Para diminuir o extrativismo e a diminuição do estoque pesqueiro, os pescadores recebem equipamento e capacitação para cultivar os peixes em tanques-rede.
“A ajuda da Itaipu é muito importante para nós e vai permitir que a gente consiga ampliar o número de tanques e também a renda”, afirmou José Amâncio Rodrigues, o Zé Barba, representante das 10 famílias que vivem no Ponto de Pesca 5. Ali, 48 tanques garantem uma produção anual de 15 a 20 toneladas, o que proporciona um salário mínimo para cada família. A renda é complementada por pesca extrativa, que tende a diminuir com o aumento gradativo da aquicultura.
O roteiro se encerrou no escritório da Itaipu em Santa Helena, onde técnicos da empresa detalharam as ações como a proteção da fauna e flora, a pesquisa e o fomento de técnicas sustentáveis na agropecuária e o monitoramento da qualidade da água. A batimetria do reservatório (que regularmente mede as profundidades, acompanhando a deposição de sedimentos) permite estimar a vida útil da usina em 184 anos.
Ao promover essas iniciativas ambientais, a Itaipu tem como objetivo reduzir a deposição de sedimentos e de micropoluentes que, no longo prazo, poderiam vir a comprometer a vida útil do reservatório. E, consequentemente, manter sua importância estratégica para o Brasil e o Paraguai. Nos últimos cinco anos, a empresa teve uma geração anual média de 92 milhões de megawatts-hora, respondendo por cerca de 15% do consumo brasileiro e 90% do paraguaio.
“É por isso que, além de todo o trabalho desenvolvido pela Diretoria Técnica, na operação e manutenção das unidades geradoras e na melhoria constante dos índices de produtividade, os cuidados com a região são essenciais para a geração de energia com sustentabilidade, no longo prazo”, resumiu Carbonell.
Qualidade
Silva e Luna disse que estava positivamente surpreso com a riqueza dos dados apresentados. “Surpreende a qualidade do trabalho realizado pela Diretoria de Coordenação nos cuidados com o reservatório, a faixa de proteção e as microbacias adjacentes. É um trabalho que precisa ser cada vez mais conhecido”, afirmou. “Quando a gente fala em vida útil de 184 anos, as pessoas precisam saber que é um dado concreto, resultado de um estudo de alto nível.”
O diretor lembrou que 2019 foi um ano complexo, dada a necessidade de reestruturar as atividades da empresa em Foz do Iguaçu e renegociar a comercialização de energia com o Paraguai, permitindo maior previsibilidade no orçamento nos próximos quatro anos, entre outras medidas que visam preparar a empresa para o cenário pós-2023, quando vence o Anexo C (a parte que dispõe das questões financeiras do Tratado de Itaipu). “Em 2020, vamos tratar de processos, procurando fazer mais e melhor com as pessoas que fazem parte da empresa, agora que todas as nossas atividades estão concentradas em Foz do Iguaçu”.