A partir desta sexta-feira (17), a usina de Itaipu volta à sua concepção prevista em tratado binacional: manterá sedes somente nas capitais dos dois países, Brasília (Brasil) e Assunção (Paraguai), além das estruturas administrativas nos dois municípios que abrigam a usina, Foz do Iguaçu e Hernandárias.
O escritório de Curitiba já não existe mais. As atividades da binacional, até então mantidas na capital paranaense, agora estão todas concentradas em Foz do Iguaçu, para onde foram transferidos 97 empregados. O Paraguai também analisa a possibilidade de reduzir o fluxo de trabalho em Assunção e passar a atuar mais em Hernandárias.
O escritório na capital paranaense, que inicialmente funcionava apenas em algumas salas, estava abrigado num edifício alugado de 12 andares. Quando foi criado, há mais de 40 anos, o objetivo era facilitar o desembaraço de peças, equipamentos e materiais adquiridos pela usina, no mercado nacional e internacional. Também havia escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo, desativados na década de 1990.
Com a modernização dos processos e a abertura de mercado, o cenário mudou. Hoje, com as novas tecnologias digitais, já não é necessário manter estruturas caras fora da cidade que abriga a usina. Por isso, o diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna, no cargo desde fevereiro de 2019, determinou o fechamento da estrutura na capital do Estado, em junho do ano passado, o que foi concluído agora em janeiro.
Em termos de custos, até 2024 Itaipu terá economizado R$ 7 milhões com a desmobilização do escritório de Curitiba. Se houver necessidade, como reuniões presenciais na capital, a binacional contará com o apoio do Governo do Estado e da Copel, com a cessão de salas. As relações institucionais com a capital paranaense, pela sua grande importância em todas as esferas, serão mantidas no mesmo nível.
Para o general Joaquim Silva e Luna, a concentração dos empregados no centro de comando da usina possibilitará uma melhor governança. “Nossos empregados terão as diretrizes, em tempo real, de como Itaipu chegará pronta para os desafios pós-2023, quando o Anexo C do Tratado será revisado e a dívida da usina estará totalmente quitada”, explica.
Adaptação
Para a maioria dos empregados transferidos de Curitiba para Foz, a mudança foi tranquila. A empregada Lílian Paparella, por exemplo, diz que se adaptou rapidamente. Ela já tinha experiência nesse tipo de transição, prevista inclusive nos contratos de trabalho – o empregado admitido concorda que poderá atuar no local onde foi contratado ou na cidade para a qual for designado. Lílian entrou na Itaipu para trabalhar no antigo escritório de São Paulo, em 1988. Em 1992, o escritório fechou, a exemplo do que funcionava no Rio de Janeiro, e ela foi transferida para Curitiba.
No processo da atual migração, iniciado em julho, ela fez parte da primeira turma a ser transferida para Foz do Iguaçu, já que cada empregado tinha a opção de escolher a data da mudança. “Eu já morei em Foz e vinha com bastante frequência para a cidade, então conheço bem os processos, as áreas, a usina. Gosto muito daqui”, diz. Lilian atuava na Responsabilidade Social e, por afinidade da função que exercia, foi lotada no setor de Recursos Humanos.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,6 bilhões de MWh. Em 2016, a usina brasileira e paraguaia retomou o recorde mundial anual de geração de energia, com a marca de 103.098.366 MWh. Em 2018, a hidrelétrica foi responsável pelo abastecimento de 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 90% do Paraguai.
Assessoria Itaipu