Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, 13, o delegado da Polícia Federal, Sergio Ueda, explicou a Operação Águas Claras, que cumpriu oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Cascavel e Foz do Iguaçu. Segundo o delegado, a Operação é desdobramento da Operação Pecúlio, desencadeada em 2016, e investiga fraudes em licitações da Sanepar no Oeste do Paraná entre 2011 e 2016.
De acordo com o delegado, um funcionário da Sanepar, que atualmente está aposentado, à época lotado em Curitiba, recebia propina de empresários de Cascavel para favorecer a empresa em licitações para obras, principalmente de esgoto sanitário, na região oeste. Os pagamentos das propinas eram realizados em Foz do Iguaçu.
A Polícia Federal informou que o grupo teria movimentado cerca de 1 milhão de reais. Foram pelo menos 700 mil reais pagos diretamente ao funcionário e mais 200 mil que foram registrados como gastos em publicidade. Porém, a investigação aponta que esses valores também foram repassados ao ex-funcionário da Sanepar.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências de ex-funcionários da Sanepar e também de empresários de Cascavel. Segundo Ueda, nenhum dos atuais funcionários da Sanepar está sendo investigado, e nenhum dos indícios de corrupção envolve a gestão atual da empresa de saneamento paranaense.
Em nota, a Sanepar afirmou que está à disposição da Autoridade Policial para qualquer esclarecimento e que a atual gestão da Companhia não compactua com qualquer ato de corrupção.
O delegado informou que a investigação iniciou com base em depoimentos de pessoas que foram ouvidas na Operação Pecúlio. No entanto, nenhum dos investigados na fase atual fez parte da Operação Pecúlio, que desarticulou uma organização criminosa que desviava recursos públicos na prefeitura de Foz do Iguaçu e Câmara de vereadores. À época um funcionário da Sanepar chegou a ser preso na operação.