O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, defendeu nesta quinta-feira (24), em Foz do Iguaçu (PR) um novo Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) que seja tecnicamente viável e em condições de ser aplicado dentro do prazo de vigência previsto, de 2021 a 2040. O plano está em elaboração pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e Agência Nacional das Águas (ANA), com participação da sociedade civil.
“Precisamos pensar nos rios que temos, que queremos e que podemos”, disse o ministro, destacando que a poluição da água ainda é um dos grandes problemas a serem enfrentados pelo País, assim como a escassez em algumas regiões, como o sertão nordestino. “Um plano idealizado, platônico, não resolve nosso problema. Precisamos de planos e ações que sejam concretos e que possam ser efetivados”, completou.
Gustavo Canuto esteve em Foz do Iguaçu para a abertura do 23º Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos (SBRH), promovido pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro). O evento ocorre a cada dois anos e é considerado o maior e mais importante do setor no Brasil, reunindo representantes da comunidade acadêmica, científica e agentes que atuam com recursos hídricos.
A cerimônia de abertura contou com as presenças do diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna; da presidente da Agência Nacional de Águas, Christianne Dias; do presidente honorário do Conselho Mundial de Águas e diretor presidente da Sapesp, Benedito Braga Júnior – entre outras autoridades. A Itaipu é patrocinadora e integra a organização local do evento.
O simpósio segue até quinta-feira e neste ano tem como tema “Água Conecta”. “Estamos em um momento crítico da elaboração do novo Plano Nacional de Recursos Hídricos e este simpósio tem papel fundamental para que os senhores, professores, doutores, profissionais, possam discutir as melhores soluções para [o ciclo] 2021-2040”, reforçou o ministro.
Canuto acrescentou que o Paraná tem situação privilegiada em relação à água e saneamento, mas a realidade em algumas regiões do País é muito diferente e necessita de ações urgentes. “Tem região do sertão do Nordeste que chove 400 milímetros no ano, algo que chove em semanas em regiões aqui no Sul. Nosso papel é melhorar essa situação e temos que melhorar”, disse, citando que o governo federal já investiu R$ 1,4 bilhão em ações de infraestrutura hídrica.
Ele comentou ainda que um novo plano nacional para revitalização das bacias hidrográficas, também em fase de elaboração, deve ser finalizado até o final de 2020. “Não é uma tarefa fácil. O mundo inteiro pensa em como resolver [os problemas de infraestrutura hídrica], mas o Brasil tem algo que é disputado e cada vez mais escasso. Temos 12% da água [doce] do mundo e precisamos cuidar desse recurso.”
Joaquim Silva e Luna destacou que a presença do ministro Gustavo Canuto “não só fortalece o simpósio, como demonstra o comprometimento de sua pasta e o comprometimento do governo [federal] em um tema tão sensível, cuja sustentabilidade define os rumos da economia”.
O diretor-geral de Itaipu lembrou também que água é matéria-prima para geração de energia e o desenvolvimento sustentável faz parte da missão da empresa. “Temos nos nossos compromissos a distribuição de royalties exatamente para preservação dos mananciais, para a preservação dos ecossistemas”, exemplificou, acrescentando que “Itaipu possivelmente seja a entidade que mais investe em recursos hídricos no País”.
“Acompanhamos o Rio Paraná nos seus 4.800 quilômetros de extensão. E nesta na parte final, de 170 quilômetros, desde Guaíra a Foz do Iguaçu, monitoramos cada metro da bacia e tudo que diz respeito à qualidade da água. Um encontro como esse, que reúne as melhores cabeças pensantes do País, tem grande importância para Itaipu”, conclui.
Sobre o evento
O simpósio em Foz do Iguaçu reúne 1.500 participantes, entre conferencistas, gestores, pesquisadores, professores e estudantes. O número de trabalhos selecionados é recorde: 1.430. A Itaipu terá participação ativa no evento, coordenando mesas de discussão, palestras e trabalhos. No dia 28, os participantes farão uma visita guiada à usina.
“O Simpósio comprova o grande interesse que o tema desperta em toda a área acadêmica e científica, que tem a qualificação e a dedicação necessárias para contribuir de forma decisiva com o desenvolvimento deste setor”, afirmou o presidente da ABRHidro, professor Adilson Pinheiro.
Mais informações: www.abrh.org.br
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,6 bilhões de MWh. Em 2016, a usina brasileira e paraguaia retomou o recorde mundial anual de geração de energia, com a marca de 103.098.366 MWh. Em 2018, a hidrelétrica foi responsável pelo abastecimento de 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 90% do Paraguai.
Assessoria (Fotos: Rubens Fraulini / Itaipu Binacional)