O ex-diretor geral de Itaipu Jorge Miguel Samek participou na última terça-feira, 19, da homenagem ao empresário Vilmar Andreolla na Câmara Municipal, que recebeu o título de cidadão honorário. Samek foi o diretor da Itaipu mais longevo, ficando no cargo 14 anos e três meses. Em entrevista à Rádio Cultura, o ex-diretor elogiou o General Joaquim Silva e Luna, atual diretor geral brasileiro da hidrelétrica.
“As informações que tenho recebido são sempre muito positivas, é uma pessoa que tem um histórico muito bom, foi um General que fez uma carreira militar extraordinária, ocupou funções públicas importantes, chegou a ser Ministro de Estado, então acho que está em boas mãos a condução de Itaipu” falou Samek.
A trajetória de Samek é marcada por uma série de inovações na empresa, entre elas, a ampliação da missão de Itaipu, em 2003, que possibilitou uma relação mais aberta da Itaipu Binacional com a comunidade do entorno do reservatório. Para Samek, cada diretor realizou o que era necessário no seu tempo. “Como eu peguei já com 18 unidades e concluímos as duas últimas, ficando com 20 unidades, era hora de Itaipu poder contribuir mais, por que isso aqui custou muito para o Brasil ter um quadro técnico tão qualificado, gente com tanto conhecimento, o Brasil pagou esses estudos todos, nós não queríamos toda essa inteligência ficasse destinada só para conduzir Itaipu” ressaltou.
Primeiro iguaçuense a assumir o principal cargo da Itaipu Binacional, Samek tinha 11 anos quando o Brasil e o Paraguai assinaram a Ata do Iguaçu, documento em que se comprometiam a estudar em conjunto o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná, na fronteira dos dois países. Foi na gestão dele, em 2016, que a usina registrou a maior produção elétrica de todos os tempos, cravando, pela primeira vez na história, nove dígitos: 103,1 milhões de megawatts-hora (MWh), recorde mundial absoluto.
Samek afirmou que, apesar de residir em Curitiba ainda vem frequentemente para Foz do Iguaçu. No entanto não almeja protagonismo, e tem cuidado dos negócios da família. Ele exaltou as grandes obras que estão acontecendo em Foz do Iguaçu, principalmente as financiadas pela Itaipu. “A gente tem que torcer que Itaipu possa estar inserida nesse processo de desenvolvimento, projetos enormes estão sendo implantados, esta construção da segunda ponte, quantos anos que foram de discussão de projeto, e agora a obra está em curso, tem tanta coisas boas para acontecer em Foz do Iguaçu e Itaipu está inserida nisso tudo” concluiu o ex-diretor.
Jorge Miguel Samek foi indicado ao cargo pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, principal opositor ao governo de Jair Messias Bolsonaro, que indicou o General Joaquim Silva e Luna para o comando da Itaipu. Desde que assumiu a direção, Silva e Luna implantou uma série de mudanças na administração da Binacional. As principais foram em relação ao uso dos recursos da empresa. Os investimentos em patrocínios e convênios sem aderência à missão da binacional foram realocados para obras estruturantes como, por exemplo, a construção da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, já iniciada e que levará Foz do Iguaçu e toda a região de fronteira a um novo ciclo econômico.