Fonte: AMN
O último Levantamento de Índice Rápido para o Aedes Aegypti (LIRAa), publicado na última semana pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de Foz do Iguaçu, apresenta a tendência de aumento na infestação do mosquito Aedes Aegypti. O relatório confirma que a maior parte dos criadouros – cerca de 80% – são de fácil remoção e estão situados nos quintais das casas.
Ao todo, foram avaliados 4.813 imóveis do município e implantadas 2.246 armadilhas. O levantamento das armadilhas que capturam as fêmeas grávidas do mosquito, chamado de IPA (Índice Predial de Armadilhas), registrou um índice 6.99%, ou seja, em cada 100 armadilhas lidas, em 7 delas houve captura do Aedes Aegypti. Essa fase do Aedes é a responsável por transmitir a doença.
Esse indicador faz parte de um sistema de monitoramento exclusivo desenvolvido pelo CCZ de Foz do Iguaçu e contribui para estimar com precisão a infestação, além de identificar as regiões com maior risco para a ocorrência dos casos da doença.
A falta de cuidado aliada ao período de calor com chuvas regulares favorecem o aumento natural na infestação, tanto da forma jovem, quanto da adulta do mosquito. Por isso, reforçar os cuidados para evitar seus criadouros são fundamentais para o controle da doença.
Os criadouros são, em sua grande maioria, resíduos domiciliares – lixo seco – como latas, recipientes e embalagens plásticas e de isopor, garrafas pets, potes de vidros, brinquedos velhos, enfim, todos os objetos de fácil remoção e com possibilidades de reutilização ou reciclagem, repetindo o mesmo padrão já constatado em todos os levantamentos realizados anteriormente.
De acordo com os dados, há regiões em que houve registro de presença do mosquito em 28% das armadilhas instaladas, ou seja, a cada 100 equipamentos, em quase 30 houve a captura do vetor. Entre as regiões mais afetadas estão o Porto Belo, Profilurb ll e o Morumbi lll.
Importância
Esse monitoramento é fundamental para direcionar as ações de combate ao mosquito e também servem de instrumentos para as políticas públicas intersetoriais da prefeitura. Além de intensificar as ações de limpeza de bota-fora e mutirões de limpeza, a prefeitura reforçou as notificações nos terrenos baldios. A implantação do Programa de Coleta Seletiva em vários bairros da cidade é outro fator fundamental para o controle do mosquito e das doenças por ele transmitidas.
Com a falta de inseticida em nível nacional, o município está em fase de pesquisa, para a realização dos testes de uma nova metodologia para o controle do Aedes aegypti, chamada de Aerosystem. A técnica prevê a aplicação do inseticida no interior das residências, locais esses que servem de abrigo para o mosquito após a alimentação com sangue. Essa alternativa prevê uma maior eficiência em relação ao Fumacê. Muitos moradores ainda têm o hábito de fechar portas e janelas ao avistar o veículo e isso impede a ação do veneno sobre o mosquito que está escondido no ambiente doméstico.
IPP
De acordo com o IIP (Índice de Infestação Predial (IIP%) utilizado por todos os municípios brasileiros conforme as diretrizes nacionais do Ministério da Saúde, Foz do Iguaçu apresenta 3,32% de infestação. Esse indicador tem como base o levantamento dos diversos depósitos/criadouros positivos para as formas imaturas (larvas e pupas) do vetor.
A incidência no estado é de 6,45 para cada grupo de 100 mil habitantes, Foz do Iguaçu, com uma incidência de 20,09 ocupa a 48ª posição no ranking da dengue no Paraná.