Caso Kiara: Médica é sentenciada a dois anos de prisão por negligência

Após cinco anos, a 3° Vara Criminal da Justiça Estadual em Foz do Iguaçu, sentenciou a médica denunciada pelo Ministério Público Estadual, de negligência no atendimento da menina Kiara dos Santos Aleixo, de três anos.

A criança morreu no Hospital Municipal Germano Lauck, em 2014, vítima de um quadro agravado de catapora (varicela).

A médica Marelby Jacqueline Calvo Echeverria, foi sentenciada a dois anos de prisão pelo crime de homicídio simples. A pena é em regime aberto, porém, como a ré não é reincidente o juiz substituiu a restrição de liberdade por prestação de serviços gratuitos à comunidade durante sete horas por semana, em local a ser definido. A sentença ainda proíbe a médica de sair de casa aos finais de semana.

A Rádio Cultura entrou em contato com a defesa da médica nesta sexta-feira (25), mas o advogado de Curitiba não foi encontrado. Porém, em entrevista à RPC na noite de quinta-feira (25), o advogado de defesa Walter Bino, informou que irá recorrer da sentença. “Devemos recorrer dessa decisão. Antes, porém, provocar o juízo sobre elementos que foram trazidos pela defesa, porém não foram referidos na sentença e em sendo mantido essa tese, devemos recorrer ao Tribunal de Justiça através de uma apelação”, disse.

O atual secretário municipal de Saúde, Nilton Bobato, informou que a médica não trabalha mais para a rede pública de saúde de Foz do Iguaçu. “Era uma médica contratada, que não tem mais contrato com o município. A gente lamenta que casos como esse ocorram, mas bom que a justiça vem sendo feita”, disse.

Caso

Kiara foi internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Jardins das Palmeiras no dia 5 de dezembro de 2014, com suspeita de catapora. A criança foi transferida para o Hospital Municipal Germano Lauck, após o quadro de saúde se agravar.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, o primeiro contato da paciente com a médica aconteceu após 13 horas de internação, “mesmo reiteradamente acionada pela equipe de enfermagem sobre o progressivo agravamento do estado de saúde da criança”, diz a denúncia.

A criança morreu no domingo, dia 7 de dezembro de 2014. O exame de necrópsia constatou “choque séptico e varicela hemorrágica”.

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